domingo, 31 de dezembro de 2017

Saúde Pulmonar



→ Infecções

Bactérias habitam praticamente todos os ambientes na natureza. São organismos unicelulares, com raras exceções, visíveis apenas com a ajuda de um microscópio. A grande maioria vive em harmonia com outros organismos compondo a microbiota de plantas e animais; algumas espécies são benéficas para o hospedeiro e algumas, porém, são
patogênicas (isto é, causadoras de doenças). São muitas as características importantes para descrever e classificar estes
microrganismos, entre elas a presença de parede celular rígida. Característica esta válida de menção pois vamos explorar o gênero Mycoplasma cujos representantes não possuem parede celular, além de serem considerados as menores bactérias já descritas.
• Mycoplasma pulmonis: uma espécie comensal portada por praticamente todos os ratos pet que coloniza a superfície do lúmen do epitélio respiratório.
• Micoplasmose murina: doença causada por Mycoplasma pulmonis, que é responsável por infecções respiratórias e genitais em ratos pet.
◦ Sintomas podem variar de acordo com a virulência da bactéria e o local de infecção. Além disso, como esta é uma doença de curso crônico e não agudo, há uma tendência dos sintomas tornarem-se pior conforme o rato envelhece. De modo geral, os sintomas podem incluir:
▪ em doença de vias respiratórias superiores, pode haver um período de latência (onde o animal está apenas incubando a bactéria assintomaticamente). Espirros, congestão nasal, manter os olhos semi- abertos e excesso de porfirina ao redor dos olhos e nariz são os sintomas mais comuns. Alguns casos
podem vir acompanhados de infecção no ouvido (cujo principal sintoma é cabeça inclinada e desorientação);
▪ em doença de vias respiratórias inferiores, conforme a doença avança em direção das vias respiratórias causando bronquiolite, bronquiectasia e broncopneumonia, os sintomas incluirão ruídos de respiração “úmida”, respiração dificultada e ofegante, e tosse. Sintomas adicionais também podem
incluir: postura curvada, perda de peso, e mudanças no comportamento devido à doença (o animal pode começar a morder e se tornar mais arisco, além de também passar a evitar o dono ou ficar mais quieto).
◦ Por não produzirem parede celular como a maioria das bactérias, há uma certa dificuldade envolvida no tratamento de infecções decorrentes desta espécie.

Antibióticos da família das penicilinas e cefalosporinas (cujo propósito é atacar a parede celular bacteriana) são completamente ineficazes contra micoplasmas, aopasso que antibióticos desenhados para inibir a síntese protéica, como por exemplo, antibióticos a base de aminoglicosídeos (gentamicina) ou macrolídeos (azitromicina e eritromicina) e aqueles pertencentes ao grupo das tetraciclinas (doxiciclina - bacteriostático), ou que desativam enzimas bacterianas, como do grupo das fluoroquinolonas (enrofloxacina - bactericida), são extremamente eficazes.
◦ Micoplasmas são altamente hospedeiro-específicos e contagiosos através de contato direto entre ratos adultos, além também de haver contágio intrauterino e através do sexo. Não há evidência de que haja contágio cruzado entre humanos e ratos, M. pulmonis causa doenças em ratos e camundongos e M.pneumoniae causa doença em humanos.
◦ Entre os fatores que contribuem para exacerbação da doença, podemos citar:
▪ estresses de variadas procedências
▪ doenças secundárias
▪ superpopulação nos alojamentos
▪ baixa circulação de ar no ambiente, incluindo acúmulo de amônia
▪ uso de forração que contenha fenóis, como forração proveniente da madeira de pinhos
◦ Apesar de não haver cura definitiva para esta doença, incentiva-se que existam cuidados extras com a saúde do animal para que os sintomas possam ser tratados de maneira eficaz e o animal possa viver uma vida confortável.
◦ É importante não interromper o tratamento com antibióticos antes do fim, também nunca deixar passar o horário de aplicação e sempre garantir que está dando a dose correta.
◦ Para ratos em tratamento é de extrema importância que estejam se mantendo hidratados e alimentados corretamente e com qualidade.
◦ O animal pode ser mantido no alojamento com compania, a não ser que haja competição por comida. Se o animal estiver muito doente, é normal que os companheiros de alojamento pareçam estar “rejeitando”. Na natureza ratos podem ser presas fáceis, portanto, a colônia costuma abandonar os que adoecem em nome
do bem maior. Se isso acontecer, separe o animal que está doente para poder tratá-lo com mais atenção e garantir que ele está se alimentando e se mantendo hidratado.

*Nota adicional: em casos de infecção genital (micoplasmose murina genital), Mycoplasma pode causar piometra ou
endometrite purulenta (inflamação na parede uterina), salpingite (inflamação nas trompas de falópio), e periooforite
(inflamação nos ovários). Os sintomas variam desde quase imperceptíveis até distensão abdominal e sinais de secreção
com cor de sangue proveniente do útero. Hematúria (urina com cor de sangue) pode acontecer concomitantemente
devido à infecções urinárias.

Referências
Donnelly TM. Symposium Konijnen & Knaagdieren (Rabbit & Rodents Symposium). Held November 27-29,
2008, Burgers Zoo, Arnhem, Netherlands. Proveto, Utrecht, Netherlands (2008). What are treatment options for
Mycoplasma pulmonis in rats?
Cassell, G. (n.d.). Infectious Causes of Chronic Inflammatory Diseases and Cancer. Retrieved March 18, 2008,
from http://www.emergingworlds.com/pro_article.cfm?
link=Infectious_Causes_of_Chronic_Inflammatory_Diseases_and_Cancer.htm.
Manuelidis, E., & Thomas, L. (1973). Occlusion of brain capillaries by endothelial swelling in mycoplasma
infections. Proc Natl Acad Sci U S A, 70(3), 706-9. Retrieved October 12, 2010, from
http://www.jstor.org/stable/62340
Bowden, J., Schoeb, T., Lindsey, J., & McDonald, D. (1994). Dexamethasone and oxytetracycline reverse the
potentiation of neurogenic inflammation in airways of rats with Mycoplasma pulmonis infection. Am. J. Respir. Crit.
Care Med., 150(5), 1391-1401.
McDonald, D. (2001). Angiogenesis and Remodeling of Airway Vasculature in Chronic Inflammation. Am. J.
Respir. Crit. Care Med., 164(10), S39-S45.
http://ratguide.com/health/bacteria/mycoplasma_mycoplasmosis.php

• Bacillus CAR é um bacilo que coloniza o epitélio ciliar do trato respiratório (TR) (pulmões, traquéia, laringe, e
passagem nasal). É classificada como bacilo pela forma circular alongada e possui parede celular de três
camadas. Ainda não foi atribuído a nenhuma espécie.

◦ Os sintomas são muito similares aos sintomas de micoplasmose incluindo dificuldade respiratória, perda
de peso, postura curvada, chiado ao respirar, letargia, excesso na produção de porfirina e, em alguns casos,cabeça inclinada.

◦ Também como micoplasmose, é possível que a bactéria colonize o TR de maneira assintomática.
◦ É transmitida pelo contato direto entre ratos e pode ser altamente contagiosa.
◦ CAR bacillus pode agir como patógeno primário e resultar em doença respiratória progressiva crônica.
Tipicamente, pode ser considerado como um co-patógeno em associação com M. pulmonis, podendo aumentar a severidade da micoplasmose.
◦ Assim como micoplasmose, antibióticos vão auxiliar no controle populacional da bactéria e dos sintomas, porém não irá erradicar o patógeno. Não há antibióticos específicos para o tratamento dessa doença, portanto, recomenda-se que sejam usados antibióticos de amplo espectro (especialmente por que CAR bacillus acontece em conjunto com micoplasmose tão frequentemente).
◦ Os cuidados gerais devem ser os mesmos como descritos para micoplasmose.

Referências
Kendall, L., Riley, L., Hook, R., Besch-Williford, C., & Franklin, C. (2000). Antibody and cytokine responses
to the cilium-associated respiratory bacillus in BALB/c and C57BL/6 mice. Infect Immun, 68(9), 4961-7. Retrieved
December 21, 2008, from the PubMed database.
Bacterial Diseases. (n.d.). Retrieved December 21, 2008, from http://www.IDEXX/
RADIL.missouri.edu/info/dora/RATPAGE/Bac.htm.
Matsushita, S., & Suzuki, E. (1995). Prevention and treatment of cilia-associated respiratory bacillus in mice
by use of antibiotics nursing rats in Pharmacological section [Abstract]. Lab Anim Sci, 45(5), 503-7. Retrieved
December 21, 2008, from the PubMed database.
Matsushita, S., & Joshima, H. (1989). Pathology of rats intranasally inoculated with the cilia-associated
respiratory bacillus [Abstract]. Lab Anim, 23(2), 89-95. Retrieved December 21, 2008, from the PubMed database.
(1991). Companion Guide to Infectious Diseases of Mice and Rats. Washington D.C.: National Academy Press.
Cundiff, D., Besch-Williford, C., & Riley, L. (1992, October 1). A Review of the Cilia-Associated Respiratory
Bacillus. Retrieved December 21, 2008, from
http://info.criver.com/flex_content_area/documents/rm_rm_r_cilia_assoc_respiratory_bacillus.pdf.
http://ratguide.com/health/bacteria/car_bacillus.php

→ Alergias
A inflamação da passagem nasal e dos seios faciais (rinite e sinusite respectivamente) e/ou conjuntivite dos
olhos em resposta a um antígeno inalado, internalizado e depositado na superfície das membranas.
• Os sintomas mais comuns incluem espirros em excesso, coceira nasal, porfirina em excesso e inchaço da
mucosa nasal.
• Alergias são sinais complexos que resultam da reação de anticorpos do tipo IgE (imunoglobulina tipo E) à
apresentação de um antígeno.

Tipicamente, o sistema imune responde a substâncias estrangeiras através da produção de anticorpos que identificam essas substâncias. O processo de “apresentação de antígeno” é o que auxilia nosso organismo a reconhecer e combater infecções. Sendo assim, chamamos de alergia a reação do sistema imune devido reconhecimento de algo inofensivo como algo passível de causar infecções. Nessa reação, o anticorpo liga-se ao antígeno e é liberada uma substância (histamina) que media a resposta
inflamatória. A ação da histamina resulta no extravazamento de fluídos nos tecidos e, por isso, inchaço nasal e dos seios da face, além de congestão, irritação, coceira, espirros e porfirina.

• Algumas substâncias que podem causar alergia em ratos:
◦ poeira resultante da forração do alojamento
◦ fumaça próximo ao alojamento (donos jamais devem fumar perto dos seus animais)
◦ produtos de limpeza com fortes odores
◦ forração com aromatizadores
◦ perfumes corporais, loções hidratantes ou produtos capilares com cheiros fortes
◦ exposição a correntes de ar (ventiladores e ar condicionado)
◦ exposição a pólens.

• O problema afeta principalmente a via aérea superior e tende a se resolver rapidamente assim que a causa é
resolvida. Porém, reações alérgicas podem desencadear o aumento na produção de muco, o que pode acabar
criando um ambiente propício para o crescimento bacteriano levando a infecções mais sérias.

• O tratamento mais eficaz é remover a causa da alergia. Porém, quando não se encontra a causa da alergia, é necessário consulta com um profissional para que possam ser administrados anti-histamínicos.

• Em casos prolongados, é importante entender que alergias causam ressecamento das vias aéreas. Portanto, é
aconselhável que se faça uso de umidificadores de ar e/ou promover nebulização com soro fisiológico.

Referências
Jeon, S., Kim, J., Kim, E., Ahn, S., & Kim, B. (2005). Rat model of platelet-activating factor-induced
rhinosinusitis. Ann Otol Rhinol Laryngol, 1114(5), 393-8.
Oglesbee, B. L. (2011). Blackwell’s Five-Minute Veterinary Consult: Small Mammal (2nd ed.). Chichester,
West Sussex: Wiley-Blackwell.
Sugimoto, Y., Kawamoto, E., Chen, Z., & Kamei, C. (2000). A new model of allergic rhinitis in rats by topical
sensitization and evaluation of H1-receptor antagonists. Immunopharmacology, 48(1), 1-7.
http://ratguide.com/health/upper_respiratory/allergic_rhinosinusitis_allergic_rhinoconjunctivitis.php

Texto desenvolvido por nossa bióloga Natasha Ruschel Soares




Publicado originalmente no Facebook em 29 de Dezembro de 2017.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Som alto.







Esse artigo foi montado especialmente para época de fim de ano, onde as festividades são demasiadas com muito movimento, música e fogos. Algumas pessoas vieram até nós perguntando sobre que problemas poderiam acarretar e se haveria métodos em que pudesse minimizar o sofrimento de nossos animais. Não é surpresa para ninguém que muitos animais morrem nessa época do ano devido o medo e estresse que são acometidos, então tentamos esclarecer e informar medidas que possam ajudar a evitar consequências ruins.


Vamos esclarecer que a reação dos animais varia da intensidade do som e o tempo que os animais estarão expostos, alguns animais são mais sensíveis que outros, as reações variam desde ignorar, a curiosidade, corrida, fuga, medo, esforço de escape, postura defensiva, vocalização, comportamento atípico, briga entre outros animais da colônia.

Como consequências destes as lesões traumáticas( Contusões, concussões cerebrais, injúrias em nervos, lacerações, hematomas, fraturas) outro efeito esperado é a alteração da resposta as drogas e por último o óbito.
Recomendamos que em precaução destes sintomas, mantenham os animais em local protegido do som, busque o cômodo da residência em que o som não surtirá efeito agressivo, de forma alguma mantenha os animais em ambiente exposto como varandas, terraços, quintais, pátios e afins. Evite manusear os mesmos, forneça tocas confortáveis onde os animais possam se esconder, mantenha o ambiente aconchegante e se possível, caso o som ainda sim esteja muito alto ou os animais apresentando irritabilidade, sugerimos que coloque algum som interno ao ambiente a fins de abafar o externo, mas que não seja de cunho agressivo, caso lhe falte ideias pode escolher som do natureza, ou músicas calmas. Atenção especial a alojamentos grandes, onde quedas de alturas devam ser especialmente evitadas, seja com a criação de novos andares ou redes.Os animais em estresse podem perder noção de espaço e agravar as consequências.

Em socorro aos animais sugerimos que tome todas as medidas citadas acima, assim como ter o número do veterinário em mãos para necessidade de atendimento ou auxílio do profissional assim que possível.

Pessoas que tem animais, não é recomendado que levem seus pets para ver os fogos de artifício ou sejam mantidos em ambientes de som alto, pedimos para que tenham zelo e não deixem os animais sozinhos e desprotegidos. Este texto foi elaborado através de pesquisas e infelizes relatos de nossos membros. Esperamos que o mesmo auxilie não somente ratos, que com estas medidas o máximo de animais possam ser ajudados, compartilhem dessa informação com quem você sabe que tem animais de estimação.

O Rattaria Brasil deseja um Feliz Ano Novo!

#Curta #Compartilhe
#SomosTodosRattaria

Publicado originalmente no Facebook em 30 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Ovos na dieta









 Muito falamos para quem oferece alimentação natural sobre a importância de cozinhar os ovos, e aqui este artigo iremos explicar e no final podem conferir as fontes.

Ovos são conhecidos como um alimento rico em proteínas e de baixo valor calórico, além de ser grande fonte de vitaminas do complexo B (a mais importante é a B12) e possui vitaminas lipossolúveis e minerais que enriquecem qualquer tipo de refeição.

O ovo tem várias barreiras de proteção natural para prevenir a entrada e proliferação de bactérias. Uma dessas barreiras é a casca que contém, entretanto, poros e não é totalmente à prova de bactérias. Adicionalmente, a legislação sanitária do Brasil exige que os ovos devam ser higienizados com substância antisséptica antes da comercialização. Os ovos também possuem barreiras internas: as membranas internas da casca e da gema que possuem substâncias que impedem a proliferação bacteriana. A clara possui uma camada com pH alcalino que serve para barrar o crescimento bacteriano, além de uma camada densa que dificulta a movimentação de bactérias.

Os principais patógenos associados na contaminação do ovo são diferentes sorotipos do gênero bacteriano Salmonella, Staphylococcus, Campylobacter jejuni, Listeria monocytogenes e Yersinia enterocolítica. Os ovos têm sido apontados como uns dos principais veiculadores do gênero Salmonella, responsável por surtos de toxinfecções alimentares de maior ou menor gravidade cujos sintomas incluem diarréia, dor abdominal, febre, dor de cabeça, mal-estar, desidratação e calafrios.

Alguns estudos sobre a importância da água filtrada e não filtrada no fornecimento para as aves poedeiras indicam que água filtrada auxilia para maior percentagem de postura, maior número de ovos por ave alojada, maior massa de ovo e melhor conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo). Resultados desse tipo sugerem que mesmo que haja profilaxia nas instalações e lavagem dos ovos, o produtor também deve ter em cuidado com o que fornece para as aves (água e ração). Após ingestão de alimentos contaminados com microrganismos como os citados anteriormente, pode haver contaminação dos ovos via ave que chegue até a mesa do consumidor.


Bactérias como as salmonelas estão entre as maiores responsáveis por intoxicações alimentares no mundo, e acredita-se que a casca do ovo é seu principal reservatório, pois esta é uma bactéria comumente encontrada no intestino de galinhas. Estudos sugerem que a contaminação é gerada não só internamente, porém também devido às condições do ambiente em que os ovos são depositados e estocados. Em alguns casos, essas bactérias colonizam os ovários dos animais e permanecem presentes durante todo o processo de desenvolvimento do ovo. No momento em que o primeiro ovo contaminado entra em contato com o ninho do animal, as bactérias são carregadas para todos os lugares por onde o ovo passa. Desde o ambiente onde os animais vivem, passando pelas mãos dos cuidadores, até o ambiente em que os ovos serão estocados, embalados e mantidos até a venda.

A probabilidade de encontrar contaminação na casca do ovo que entrou em contato com as fezes do animal pode ser de até 91,8%. Há uma estimativa de que aproximadamente 20% dos casos de hospitalizações devido a infecções intestinais são causados por Salmonella, ocasionalmente resultando em fatalidades. No ano de 2008, por exemplo, Salmonella foi responsável por 88,5% dos casos individuais com envolvimento de ovos contaminados e 77,2% dos surtos de intoxicação alimentar.

Uma revisão de artigos entre 1970 e 2008 reportando sobre casos de contaminação de alimentos por Salmonella, mostra que há uma correlação de até 97% da presença dessa bactéria em ovos com surtos de intoxicação alimentar, sendo o consumo de ovos crus ou mal cozidos as maiores causas.

Ainda que os casos de infecção intestinal causados por Salmonella cheguem a aproximadamente 1 milhão anualmente, aparentemente, tem se notado um declínio quando analisados casos de 1970 adiante. Por exemplo, houve um aumento significativo de casos no início das décadas de 1970 e 1980, porém, pode-se observar um declínio na década de 1990. Indicando que as intervenções nas políticas para criação de galinhas estão auxiliando na profilaxia do produto que será comercializado.

O ovo propriamente dito pode não estar contaminado quando o compramos, mas pode se contaminar quando manuseado e/ou armazenado indevidamente. O manuseio dos ovos com as mãos sujas, o contato dos ovos com os animais de estimação e com outros alimentos contaminados, o armazenamento em locais não limpos e com presença de insetos, podem contaminá-los por salmonelas ou mesmo por outras bactérias prejudiciais à saúde humana, como por exemplo Escherichia coli.

Os funcionários exercem papel importante na contaminação do alimento, principalmente no manejo da coleta que, em algumas granjas, são feitas manualmente. O controle da saúde e higiene dos funcionários que

manipulam os alimentos é necessário para evitar a contaminação. Dessa forma, mãos devem ser conservadas limpas, tal como é indicado o uso de gorros de cabeça, uniformes de trabalho, luvas, máscaras, calçados e aventais. A boa qualidade de um alimento está relacionada ao cumprimento das regras de higiene e deve abranger quesitos como:

- manutenção e higienização das instalações, equipamentos e utensílios

- controle da qualidade da água de abastecimento, dos vetores transmissores de doenças e pragas

- capacitação dos profissionais

- supervisão da higiene pessoal dos manipuladores

- manejo do lixo.




Segundo a “Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação” publicada pela Anvisa, existem alguns cuidados que podemos ter para a manipulação de alimentos, cuidados esses que são fundamentais para garantir a saúde dos consumidores. Seguem algumas recomendações:

Para armazenamento e manipulação:

- Compre sempre ovos de origem conhecida e inspecionados pelos serviços oficiais;

- Mantenha-os em local limpo, fresco e arejado, preferencialmente em geladeira;

- Certifique-se que esteja dentro do prazo de validade e que não estejam com a casca suja, trincada ou quebrada;

- Lave com água e sabão as superfícies de trabalho, utensílios e mãos antes de manusear o produto cru;

- Lave os ovos somente antes de utilizá-los;

- Os ovos e os alimentos que os utilizam como ingrediente devem ser bem fritos e cozidos;

- Os alimentos preparados com ovos devem ser armazenados na geladeira para sua melhor conservação.




Fontes:

Lacerda, Maria Juliana Ribeiro; 2011. Microbiologia de ovos comerciais.

Revista A Lavoura, Número 689, páginas 54-57. 2012.

http://jcm.asm.org/content/52/9/3250.full.pdf+html

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1541-4337.12007/epdf

https://www.cambridge.org/core/journals/epidemiology-and-infection/article/the-rise-and-decline-in-salmonella-enterica-serovar-enteritidis-outbreaks-attributed-to-egg-containing-foods-in-the-united-states-19732009/9F27DB187CA0695F1E6FA1B4DA1A7D7D

EFSA (2009a) The Community Summary report on food-borne outbreaks in the European Union in 2007. EFSA Journal 271.

EFSA (2009b) Quantitative estimation of the impact of setting a new target for the reduction of Salmonella in breeding hens of Gallus gallus. EFSA Journal 1036: 1-68.

EFSA (2010a) The Community Summary Report on Trends and Sources of Zoonoses, Zoonotic Agents and food-borne outbreaks in the European Union in 2008. EFSA Journal 8:1496.

EFSA (2010b) Scientific Opinion on a quantitative estimate of the public health impact of setting a new target for the reduction of Salmonella in laying hens. EFSA Journal 8: 1546.

DOORDUYN, Y., VAN DEN BRANDHOF, W.E., VAN DUYNHOVEN, Y., WANNET, W.J.B. and VAN PELT, W. (2006) Risk factors for Salmonella Enteritidis and Typhimurium (DT104 and non-DT104) infections in The Netherlands: predominant roles for raw eggs in Enteritidis and sandboxes in Typhimurium infections. Epidemiology and Infection 134: 617-626.

KIST, M.J. and FREITAG, S. (2000) Serovar specific risk factors and clinical features of Salmonella enterica ssp. enterica serovar Enteritidis: a study in South-West Germany. Epidemiology and Infection 124: 383-392.


Publicado originalmente no Facebook em 07 de Dezembro de 2017.
Texto por Natasha Rurshel e Marta Grecco.