domingo, 31 de dezembro de 2017

Saúde Pulmonar



→ Infecções

Bactérias habitam praticamente todos os ambientes na natureza. São organismos unicelulares, com raras exceções, visíveis apenas com a ajuda de um microscópio. A grande maioria vive em harmonia com outros organismos compondo a microbiota de plantas e animais; algumas espécies são benéficas para o hospedeiro e algumas, porém, são
patogênicas (isto é, causadoras de doenças). São muitas as características importantes para descrever e classificar estes
microrganismos, entre elas a presença de parede celular rígida. Característica esta válida de menção pois vamos explorar o gênero Mycoplasma cujos representantes não possuem parede celular, além de serem considerados as menores bactérias já descritas.
• Mycoplasma pulmonis: uma espécie comensal portada por praticamente todos os ratos pet que coloniza a superfície do lúmen do epitélio respiratório.
• Micoplasmose murina: doença causada por Mycoplasma pulmonis, que é responsável por infecções respiratórias e genitais em ratos pet.
◦ Sintomas podem variar de acordo com a virulência da bactéria e o local de infecção. Além disso, como esta é uma doença de curso crônico e não agudo, há uma tendência dos sintomas tornarem-se pior conforme o rato envelhece. De modo geral, os sintomas podem incluir:
▪ em doença de vias respiratórias superiores, pode haver um período de latência (onde o animal está apenas incubando a bactéria assintomaticamente). Espirros, congestão nasal, manter os olhos semi- abertos e excesso de porfirina ao redor dos olhos e nariz são os sintomas mais comuns. Alguns casos
podem vir acompanhados de infecção no ouvido (cujo principal sintoma é cabeça inclinada e desorientação);
▪ em doença de vias respiratórias inferiores, conforme a doença avança em direção das vias respiratórias causando bronquiolite, bronquiectasia e broncopneumonia, os sintomas incluirão ruídos de respiração “úmida”, respiração dificultada e ofegante, e tosse. Sintomas adicionais também podem
incluir: postura curvada, perda de peso, e mudanças no comportamento devido à doença (o animal pode começar a morder e se tornar mais arisco, além de também passar a evitar o dono ou ficar mais quieto).
◦ Por não produzirem parede celular como a maioria das bactérias, há uma certa dificuldade envolvida no tratamento de infecções decorrentes desta espécie.

Antibióticos da família das penicilinas e cefalosporinas (cujo propósito é atacar a parede celular bacteriana) são completamente ineficazes contra micoplasmas, aopasso que antibióticos desenhados para inibir a síntese protéica, como por exemplo, antibióticos a base de aminoglicosídeos (gentamicina) ou macrolídeos (azitromicina e eritromicina) e aqueles pertencentes ao grupo das tetraciclinas (doxiciclina - bacteriostático), ou que desativam enzimas bacterianas, como do grupo das fluoroquinolonas (enrofloxacina - bactericida), são extremamente eficazes.
◦ Micoplasmas são altamente hospedeiro-específicos e contagiosos através de contato direto entre ratos adultos, além também de haver contágio intrauterino e através do sexo. Não há evidência de que haja contágio cruzado entre humanos e ratos, M. pulmonis causa doenças em ratos e camundongos e M.pneumoniae causa doença em humanos.
◦ Entre os fatores que contribuem para exacerbação da doença, podemos citar:
▪ estresses de variadas procedências
▪ doenças secundárias
▪ superpopulação nos alojamentos
▪ baixa circulação de ar no ambiente, incluindo acúmulo de amônia
▪ uso de forração que contenha fenóis, como forração proveniente da madeira de pinhos
◦ Apesar de não haver cura definitiva para esta doença, incentiva-se que existam cuidados extras com a saúde do animal para que os sintomas possam ser tratados de maneira eficaz e o animal possa viver uma vida confortável.
◦ É importante não interromper o tratamento com antibióticos antes do fim, também nunca deixar passar o horário de aplicação e sempre garantir que está dando a dose correta.
◦ Para ratos em tratamento é de extrema importância que estejam se mantendo hidratados e alimentados corretamente e com qualidade.
◦ O animal pode ser mantido no alojamento com compania, a não ser que haja competição por comida. Se o animal estiver muito doente, é normal que os companheiros de alojamento pareçam estar “rejeitando”. Na natureza ratos podem ser presas fáceis, portanto, a colônia costuma abandonar os que adoecem em nome
do bem maior. Se isso acontecer, separe o animal que está doente para poder tratá-lo com mais atenção e garantir que ele está se alimentando e se mantendo hidratado.

*Nota adicional: em casos de infecção genital (micoplasmose murina genital), Mycoplasma pode causar piometra ou
endometrite purulenta (inflamação na parede uterina), salpingite (inflamação nas trompas de falópio), e periooforite
(inflamação nos ovários). Os sintomas variam desde quase imperceptíveis até distensão abdominal e sinais de secreção
com cor de sangue proveniente do útero. Hematúria (urina com cor de sangue) pode acontecer concomitantemente
devido à infecções urinárias.

Referências
Donnelly TM. Symposium Konijnen & Knaagdieren (Rabbit & Rodents Symposium). Held November 27-29,
2008, Burgers Zoo, Arnhem, Netherlands. Proveto, Utrecht, Netherlands (2008). What are treatment options for
Mycoplasma pulmonis in rats?
Cassell, G. (n.d.). Infectious Causes of Chronic Inflammatory Diseases and Cancer. Retrieved March 18, 2008,
from http://www.emergingworlds.com/pro_article.cfm?
link=Infectious_Causes_of_Chronic_Inflammatory_Diseases_and_Cancer.htm.
Manuelidis, E., & Thomas, L. (1973). Occlusion of brain capillaries by endothelial swelling in mycoplasma
infections. Proc Natl Acad Sci U S A, 70(3), 706-9. Retrieved October 12, 2010, from
http://www.jstor.org/stable/62340
Bowden, J., Schoeb, T., Lindsey, J., & McDonald, D. (1994). Dexamethasone and oxytetracycline reverse the
potentiation of neurogenic inflammation in airways of rats with Mycoplasma pulmonis infection. Am. J. Respir. Crit.
Care Med., 150(5), 1391-1401.
McDonald, D. (2001). Angiogenesis and Remodeling of Airway Vasculature in Chronic Inflammation. Am. J.
Respir. Crit. Care Med., 164(10), S39-S45.
http://ratguide.com/health/bacteria/mycoplasma_mycoplasmosis.php

• Bacillus CAR é um bacilo que coloniza o epitélio ciliar do trato respiratório (TR) (pulmões, traquéia, laringe, e
passagem nasal). É classificada como bacilo pela forma circular alongada e possui parede celular de três
camadas. Ainda não foi atribuído a nenhuma espécie.

◦ Os sintomas são muito similares aos sintomas de micoplasmose incluindo dificuldade respiratória, perda
de peso, postura curvada, chiado ao respirar, letargia, excesso na produção de porfirina e, em alguns casos,cabeça inclinada.

◦ Também como micoplasmose, é possível que a bactéria colonize o TR de maneira assintomática.
◦ É transmitida pelo contato direto entre ratos e pode ser altamente contagiosa.
◦ CAR bacillus pode agir como patógeno primário e resultar em doença respiratória progressiva crônica.
Tipicamente, pode ser considerado como um co-patógeno em associação com M. pulmonis, podendo aumentar a severidade da micoplasmose.
◦ Assim como micoplasmose, antibióticos vão auxiliar no controle populacional da bactéria e dos sintomas, porém não irá erradicar o patógeno. Não há antibióticos específicos para o tratamento dessa doença, portanto, recomenda-se que sejam usados antibióticos de amplo espectro (especialmente por que CAR bacillus acontece em conjunto com micoplasmose tão frequentemente).
◦ Os cuidados gerais devem ser os mesmos como descritos para micoplasmose.

Referências
Kendall, L., Riley, L., Hook, R., Besch-Williford, C., & Franklin, C. (2000). Antibody and cytokine responses
to the cilium-associated respiratory bacillus in BALB/c and C57BL/6 mice. Infect Immun, 68(9), 4961-7. Retrieved
December 21, 2008, from the PubMed database.
Bacterial Diseases. (n.d.). Retrieved December 21, 2008, from http://www.IDEXX/
RADIL.missouri.edu/info/dora/RATPAGE/Bac.htm.
Matsushita, S., & Suzuki, E. (1995). Prevention and treatment of cilia-associated respiratory bacillus in mice
by use of antibiotics nursing rats in Pharmacological section [Abstract]. Lab Anim Sci, 45(5), 503-7. Retrieved
December 21, 2008, from the PubMed database.
Matsushita, S., & Joshima, H. (1989). Pathology of rats intranasally inoculated with the cilia-associated
respiratory bacillus [Abstract]. Lab Anim, 23(2), 89-95. Retrieved December 21, 2008, from the PubMed database.
(1991). Companion Guide to Infectious Diseases of Mice and Rats. Washington D.C.: National Academy Press.
Cundiff, D., Besch-Williford, C., & Riley, L. (1992, October 1). A Review of the Cilia-Associated Respiratory
Bacillus. Retrieved December 21, 2008, from
http://info.criver.com/flex_content_area/documents/rm_rm_r_cilia_assoc_respiratory_bacillus.pdf.
http://ratguide.com/health/bacteria/car_bacillus.php

→ Alergias
A inflamação da passagem nasal e dos seios faciais (rinite e sinusite respectivamente) e/ou conjuntivite dos
olhos em resposta a um antígeno inalado, internalizado e depositado na superfície das membranas.
• Os sintomas mais comuns incluem espirros em excesso, coceira nasal, porfirina em excesso e inchaço da
mucosa nasal.
• Alergias são sinais complexos que resultam da reação de anticorpos do tipo IgE (imunoglobulina tipo E) à
apresentação de um antígeno.

Tipicamente, o sistema imune responde a substâncias estrangeiras através da produção de anticorpos que identificam essas substâncias. O processo de “apresentação de antígeno” é o que auxilia nosso organismo a reconhecer e combater infecções. Sendo assim, chamamos de alergia a reação do sistema imune devido reconhecimento de algo inofensivo como algo passível de causar infecções. Nessa reação, o anticorpo liga-se ao antígeno e é liberada uma substância (histamina) que media a resposta
inflamatória. A ação da histamina resulta no extravazamento de fluídos nos tecidos e, por isso, inchaço nasal e dos seios da face, além de congestão, irritação, coceira, espirros e porfirina.

• Algumas substâncias que podem causar alergia em ratos:
◦ poeira resultante da forração do alojamento
◦ fumaça próximo ao alojamento (donos jamais devem fumar perto dos seus animais)
◦ produtos de limpeza com fortes odores
◦ forração com aromatizadores
◦ perfumes corporais, loções hidratantes ou produtos capilares com cheiros fortes
◦ exposição a correntes de ar (ventiladores e ar condicionado)
◦ exposição a pólens.

• O problema afeta principalmente a via aérea superior e tende a se resolver rapidamente assim que a causa é
resolvida. Porém, reações alérgicas podem desencadear o aumento na produção de muco, o que pode acabar
criando um ambiente propício para o crescimento bacteriano levando a infecções mais sérias.

• O tratamento mais eficaz é remover a causa da alergia. Porém, quando não se encontra a causa da alergia, é necessário consulta com um profissional para que possam ser administrados anti-histamínicos.

• Em casos prolongados, é importante entender que alergias causam ressecamento das vias aéreas. Portanto, é
aconselhável que se faça uso de umidificadores de ar e/ou promover nebulização com soro fisiológico.

Referências
Jeon, S., Kim, J., Kim, E., Ahn, S., & Kim, B. (2005). Rat model of platelet-activating factor-induced
rhinosinusitis. Ann Otol Rhinol Laryngol, 1114(5), 393-8.
Oglesbee, B. L. (2011). Blackwell’s Five-Minute Veterinary Consult: Small Mammal (2nd ed.). Chichester,
West Sussex: Wiley-Blackwell.
Sugimoto, Y., Kawamoto, E., Chen, Z., & Kamei, C. (2000). A new model of allergic rhinitis in rats by topical
sensitization and evaluation of H1-receptor antagonists. Immunopharmacology, 48(1), 1-7.
http://ratguide.com/health/upper_respiratory/allergic_rhinosinusitis_allergic_rhinoconjunctivitis.php

Texto desenvolvido por nossa bióloga Natasha Ruschel Soares




Publicado originalmente no Facebook em 29 de Dezembro de 2017.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Som alto.







Esse artigo foi montado especialmente para época de fim de ano, onde as festividades são demasiadas com muito movimento, música e fogos. Algumas pessoas vieram até nós perguntando sobre que problemas poderiam acarretar e se haveria métodos em que pudesse minimizar o sofrimento de nossos animais. Não é surpresa para ninguém que muitos animais morrem nessa época do ano devido o medo e estresse que são acometidos, então tentamos esclarecer e informar medidas que possam ajudar a evitar consequências ruins.


Vamos esclarecer que a reação dos animais varia da intensidade do som e o tempo que os animais estarão expostos, alguns animais são mais sensíveis que outros, as reações variam desde ignorar, a curiosidade, corrida, fuga, medo, esforço de escape, postura defensiva, vocalização, comportamento atípico, briga entre outros animais da colônia.

Como consequências destes as lesões traumáticas( Contusões, concussões cerebrais, injúrias em nervos, lacerações, hematomas, fraturas) outro efeito esperado é a alteração da resposta as drogas e por último o óbito.
Recomendamos que em precaução destes sintomas, mantenham os animais em local protegido do som, busque o cômodo da residência em que o som não surtirá efeito agressivo, de forma alguma mantenha os animais em ambiente exposto como varandas, terraços, quintais, pátios e afins. Evite manusear os mesmos, forneça tocas confortáveis onde os animais possam se esconder, mantenha o ambiente aconchegante e se possível, caso o som ainda sim esteja muito alto ou os animais apresentando irritabilidade, sugerimos que coloque algum som interno ao ambiente a fins de abafar o externo, mas que não seja de cunho agressivo, caso lhe falte ideias pode escolher som do natureza, ou músicas calmas. Atenção especial a alojamentos grandes, onde quedas de alturas devam ser especialmente evitadas, seja com a criação de novos andares ou redes.Os animais em estresse podem perder noção de espaço e agravar as consequências.

Em socorro aos animais sugerimos que tome todas as medidas citadas acima, assim como ter o número do veterinário em mãos para necessidade de atendimento ou auxílio do profissional assim que possível.

Pessoas que tem animais, não é recomendado que levem seus pets para ver os fogos de artifício ou sejam mantidos em ambientes de som alto, pedimos para que tenham zelo e não deixem os animais sozinhos e desprotegidos. Este texto foi elaborado através de pesquisas e infelizes relatos de nossos membros. Esperamos que o mesmo auxilie não somente ratos, que com estas medidas o máximo de animais possam ser ajudados, compartilhem dessa informação com quem você sabe que tem animais de estimação.

O Rattaria Brasil deseja um Feliz Ano Novo!

#Curta #Compartilhe
#SomosTodosRattaria

Publicado originalmente no Facebook em 30 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Ovos na dieta









 Muito falamos para quem oferece alimentação natural sobre a importância de cozinhar os ovos, e aqui este artigo iremos explicar e no final podem conferir as fontes.

Ovos são conhecidos como um alimento rico em proteínas e de baixo valor calórico, além de ser grande fonte de vitaminas do complexo B (a mais importante é a B12) e possui vitaminas lipossolúveis e minerais que enriquecem qualquer tipo de refeição.

O ovo tem várias barreiras de proteção natural para prevenir a entrada e proliferação de bactérias. Uma dessas barreiras é a casca que contém, entretanto, poros e não é totalmente à prova de bactérias. Adicionalmente, a legislação sanitária do Brasil exige que os ovos devam ser higienizados com substância antisséptica antes da comercialização. Os ovos também possuem barreiras internas: as membranas internas da casca e da gema que possuem substâncias que impedem a proliferação bacteriana. A clara possui uma camada com pH alcalino que serve para barrar o crescimento bacteriano, além de uma camada densa que dificulta a movimentação de bactérias.

Os principais patógenos associados na contaminação do ovo são diferentes sorotipos do gênero bacteriano Salmonella, Staphylococcus, Campylobacter jejuni, Listeria monocytogenes e Yersinia enterocolítica. Os ovos têm sido apontados como uns dos principais veiculadores do gênero Salmonella, responsável por surtos de toxinfecções alimentares de maior ou menor gravidade cujos sintomas incluem diarréia, dor abdominal, febre, dor de cabeça, mal-estar, desidratação e calafrios.

Alguns estudos sobre a importância da água filtrada e não filtrada no fornecimento para as aves poedeiras indicam que água filtrada auxilia para maior percentagem de postura, maior número de ovos por ave alojada, maior massa de ovo e melhor conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo). Resultados desse tipo sugerem que mesmo que haja profilaxia nas instalações e lavagem dos ovos, o produtor também deve ter em cuidado com o que fornece para as aves (água e ração). Após ingestão de alimentos contaminados com microrganismos como os citados anteriormente, pode haver contaminação dos ovos via ave que chegue até a mesa do consumidor.


Bactérias como as salmonelas estão entre as maiores responsáveis por intoxicações alimentares no mundo, e acredita-se que a casca do ovo é seu principal reservatório, pois esta é uma bactéria comumente encontrada no intestino de galinhas. Estudos sugerem que a contaminação é gerada não só internamente, porém também devido às condições do ambiente em que os ovos são depositados e estocados. Em alguns casos, essas bactérias colonizam os ovários dos animais e permanecem presentes durante todo o processo de desenvolvimento do ovo. No momento em que o primeiro ovo contaminado entra em contato com o ninho do animal, as bactérias são carregadas para todos os lugares por onde o ovo passa. Desde o ambiente onde os animais vivem, passando pelas mãos dos cuidadores, até o ambiente em que os ovos serão estocados, embalados e mantidos até a venda.

A probabilidade de encontrar contaminação na casca do ovo que entrou em contato com as fezes do animal pode ser de até 91,8%. Há uma estimativa de que aproximadamente 20% dos casos de hospitalizações devido a infecções intestinais são causados por Salmonella, ocasionalmente resultando em fatalidades. No ano de 2008, por exemplo, Salmonella foi responsável por 88,5% dos casos individuais com envolvimento de ovos contaminados e 77,2% dos surtos de intoxicação alimentar.

Uma revisão de artigos entre 1970 e 2008 reportando sobre casos de contaminação de alimentos por Salmonella, mostra que há uma correlação de até 97% da presença dessa bactéria em ovos com surtos de intoxicação alimentar, sendo o consumo de ovos crus ou mal cozidos as maiores causas.

Ainda que os casos de infecção intestinal causados por Salmonella cheguem a aproximadamente 1 milhão anualmente, aparentemente, tem se notado um declínio quando analisados casos de 1970 adiante. Por exemplo, houve um aumento significativo de casos no início das décadas de 1970 e 1980, porém, pode-se observar um declínio na década de 1990. Indicando que as intervenções nas políticas para criação de galinhas estão auxiliando na profilaxia do produto que será comercializado.

O ovo propriamente dito pode não estar contaminado quando o compramos, mas pode se contaminar quando manuseado e/ou armazenado indevidamente. O manuseio dos ovos com as mãos sujas, o contato dos ovos com os animais de estimação e com outros alimentos contaminados, o armazenamento em locais não limpos e com presença de insetos, podem contaminá-los por salmonelas ou mesmo por outras bactérias prejudiciais à saúde humana, como por exemplo Escherichia coli.

Os funcionários exercem papel importante na contaminação do alimento, principalmente no manejo da coleta que, em algumas granjas, são feitas manualmente. O controle da saúde e higiene dos funcionários que

manipulam os alimentos é necessário para evitar a contaminação. Dessa forma, mãos devem ser conservadas limpas, tal como é indicado o uso de gorros de cabeça, uniformes de trabalho, luvas, máscaras, calçados e aventais. A boa qualidade de um alimento está relacionada ao cumprimento das regras de higiene e deve abranger quesitos como:

- manutenção e higienização das instalações, equipamentos e utensílios

- controle da qualidade da água de abastecimento, dos vetores transmissores de doenças e pragas

- capacitação dos profissionais

- supervisão da higiene pessoal dos manipuladores

- manejo do lixo.




Segundo a “Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação” publicada pela Anvisa, existem alguns cuidados que podemos ter para a manipulação de alimentos, cuidados esses que são fundamentais para garantir a saúde dos consumidores. Seguem algumas recomendações:

Para armazenamento e manipulação:

- Compre sempre ovos de origem conhecida e inspecionados pelos serviços oficiais;

- Mantenha-os em local limpo, fresco e arejado, preferencialmente em geladeira;

- Certifique-se que esteja dentro do prazo de validade e que não estejam com a casca suja, trincada ou quebrada;

- Lave com água e sabão as superfícies de trabalho, utensílios e mãos antes de manusear o produto cru;

- Lave os ovos somente antes de utilizá-los;

- Os ovos e os alimentos que os utilizam como ingrediente devem ser bem fritos e cozidos;

- Os alimentos preparados com ovos devem ser armazenados na geladeira para sua melhor conservação.




Fontes:

Lacerda, Maria Juliana Ribeiro; 2011. Microbiologia de ovos comerciais.

Revista A Lavoura, Número 689, páginas 54-57. 2012.

http://jcm.asm.org/content/52/9/3250.full.pdf+html

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1541-4337.12007/epdf

https://www.cambridge.org/core/journals/epidemiology-and-infection/article/the-rise-and-decline-in-salmonella-enterica-serovar-enteritidis-outbreaks-attributed-to-egg-containing-foods-in-the-united-states-19732009/9F27DB187CA0695F1E6FA1B4DA1A7D7D

EFSA (2009a) The Community Summary report on food-borne outbreaks in the European Union in 2007. EFSA Journal 271.

EFSA (2009b) Quantitative estimation of the impact of setting a new target for the reduction of Salmonella in breeding hens of Gallus gallus. EFSA Journal 1036: 1-68.

EFSA (2010a) The Community Summary Report on Trends and Sources of Zoonoses, Zoonotic Agents and food-borne outbreaks in the European Union in 2008. EFSA Journal 8:1496.

EFSA (2010b) Scientific Opinion on a quantitative estimate of the public health impact of setting a new target for the reduction of Salmonella in laying hens. EFSA Journal 8: 1546.

DOORDUYN, Y., VAN DEN BRANDHOF, W.E., VAN DUYNHOVEN, Y., WANNET, W.J.B. and VAN PELT, W. (2006) Risk factors for Salmonella Enteritidis and Typhimurium (DT104 and non-DT104) infections in The Netherlands: predominant roles for raw eggs in Enteritidis and sandboxes in Typhimurium infections. Epidemiology and Infection 134: 617-626.

KIST, M.J. and FREITAG, S. (2000) Serovar specific risk factors and clinical features of Salmonella enterica ssp. enterica serovar Enteritidis: a study in South-West Germany. Epidemiology and Infection 124: 383-392.


Publicado originalmente no Facebook em 07 de Dezembro de 2017.
Texto por Natasha Rurshel e Marta Grecco.

sábado, 24 de junho de 2017

Grooming no grupo



Os cuidados com a pelagem são essenciais na sociedade de ratos. Tal como acontece com a maioria dos outros animais sociais, é usado para manter os laços no grupo, mostrar afeto ou dominância e conhecer melhor um ao outro. Também serve para ajudar a manter o grupo saudável, cuidando de partes no corpo que o outro rato não consegue alcançar por conta própria, além de garantir que o grupo como um todo não tenha uma infestação de parasitas. Ratos geralmente se concentram em fazer grooming na região da cabeça, ombros e pescoço, pois são os lugares mais difíceis de alcançar para um rato sozinho. O “power grooming” (de dominância) normalmente é feito na barriga ou no flanco, geralmente combinado com alguns gritos de protesto do rato alvo do grooming. Isso não é tanto pela dor, e sim pela subordinação e não deve ser interrompido, a menos que existam gritos mais sérios (neste caso, leia Brigas, agressão e comportamento dominante).

Ratos fazem grooming em qualquer um que considerem parte de sua família, incluindo humanos e outros animais com os quais se relacionam. Isso pode ser muito agradável e, no mínimo, faz bem ao ego. Às vezes, pode ser um pouco doloroso na nossa pele, como coçar demais o mesmo lugar. Enquanto os ratos têm pelo para protegê-los das mordidinhas durante o grooming, a pele dos humanos não é projetada para uma limpeza excessiva. Mesmo assim, é difícil encontrar um tutor que se negue a ser alvo de um belo grooming. Normalmente, é uma experiência gostosa tanto para humanos como para ratos, em especial se você tem um rato que goste de fazer um bom cafuné.


Grooming de dominância

Esta é uma das formas de um rato mostrar dominância sobre outro, geralmente começando por uma imobilização do rato-alvo: o rato dominante segura o outro, geralmente de costas para o chão, e começa a limpar loucamente a barriga, o lado do corpo ou a garganta. A vítima normalmente solta pequenos gritos (pips) e resiste, mas eventualmente se entrega. Depois de um tempinho, o rato dominante segue adiante, muitas vezes para limpar a si mesmo. O grooming de dominância também pode ser feito em um rato em pé. Nesta situação, o pescoço, ombro e cabeça são muitas vezes as regiões escolhidas. Este tipo de grooming é bem diferente dos cuidados mais sociais, já que a vítima tem pouca escolha no assunto e a limpeza é feita num ritmo frenético, ao invés de uma abordagem mais lenta e cuidadosa. Ratos que resistem podem ser intimidados via mordidas, chutes ou imobilização até se submeterem.


Pedindo/ exigindo grooming

Este é um comportamento específico de ratos dominantes na hierarquia. Eles podem ser bem insistentes na ideia de que seus subordinados limpem seu pelo e usam isso para reforçar sua posição de rato-chefe. Há várias maneiras do rato dominante exigir grooming de seus companheiros de gaiola: faz grooming forçado em outro rato e depois pára para que o outro rato “retribua o favor”; ou deita de costas e desliza por baixo do rato subordinado; ou puxa a cabeça do outro com as patas para a região que precisa de atenção; ou “ladeia” até o rato subordinado e, em seguida, espera, de cabeça baixa e sem nenhum sinal de agressão, mas ainda dominante. Alguns chegam com tudo, empurrando e chutando o outro rato até que este se entregue e entenda o que é exigido. Grooming é uma parte tão importante da vida de um rato que, caso ele não entenda os sinais, pode sofrer agressões crescentes até que aprenda o que é pedido ou piore ainda mais as agressões.

O grooming forçado geralmente ocorre de um rato dominante a um submisso, embora geralmente os ratos que estão no topo da hierarquia possam recorrer a qualquer rato e esperar/exigir grooming quando quiserem. No entanto, normalmente, um ou dois ratos no grupo são os principais responsáveis pelo grooming de todos, sendo alvos constantes de grooming forçado. Em geral, são ratos altamente sociais, não necessariamente na base da hierarquia, mas muito seguros de sua posição dentro da colônia.


Outros comportamentos

Cheirar o traseiro
Uma saudação geral entre ratos é cheirar a parte traseira do outro. De um modo geral, em ratos que se sentem confortáveis entre si, isso é leve e breve. Em ratos desconhecidos, o rato dominante pode ser mais proativo, virando e imobilizando o outro para dar uma boa cheirada nos genitais da vítima. É a versão de ratos de descobrir tudo sobre o outro. O cheiro na urina informa sexo, idade, maturidade, posição social e quão saudáveis eles são. Um rato pode, às vezes, lamber uma gotinha de urina para avaliar melhor o recém-chegado.

Marcação
Marcar se trata de deixar pequenas gotículas de um tipo especial de urina à medida que andam. Esta não é uma micção verdadeira, mas sim o uso da urina como carreadora de químicos repletos de informação sobre o estado físico de um rato: sexo, saúde, aptidão potencial como companheiro ou concorrente. Quando um rato cheira a marcação de outro, faz de uma maneira bem profunda, especial para focar o cheiro em uma parte específica do nariz do rato que se especializa na interpretação desta informação.

Ratos marcam dependendo do seu status social: geralmente os mais dominantes ou aqueles que gostariam de ser, tendem a marcar mais. Os machos também marcam mais do que as fêmeas. Ratos marcam toda e qualquer coisa, mas, principalmente, coisas que seguram bem o cheiro (superfícies brilhantes são boas para isso, assim como telefones celulares e controles remotos), novo território (tudo o que você limpou recentemente... e a mesa no veterinário) e lugares com algum cheiro que se deseja cobrir (por exemplo, marcação de outros ratos ou nossa pele). Limpar imediatamente um local recém marcado geralmente faz com que ele seja ainda mais marcado. Portanto, se isto te incomoda, pode usar uma “roupa de rato” (sempre a mesma) e uma "manta de rato" para cobrir roupas e superfícies a fim de reduzir a quantidade de marcação.


Comportamento submisso

Virada submissa
Um rato submisso, muitas vezes, vira e expõe a barriga para cima (ou para o rato dominante) em resposta ao mínimo sinal de dominância. Quanto mais submisso o rato, em geral, mais rápido eles viram. Esse comportamento tende a aplacar o rato dominante antes que qualquer ação mais grave aconteça. Também é de praxe que filhotes e jovens se virem rapidamente para ratos mais velhos. Problemas podem ocorrer quando um rato vira de forma submissa quando o dominante, na verdade, quer grooming. Isso pode levar a alguma confusão, já que as tentativas do dominante de comunicar o que precisa tem como resposta do rato submisso uma postura ainda mais mole e submissa, soltando uma série de "pips" em protesto e confusão.


Cabeça e corpo abaixados
Um rato submisso ou um rato que deseja evitar uma briga frequentemente se aproxima de um rato dominante com a cabeça ligeiramente abaixada, também pode virar o nariz para longe do outro rato. Normalmente, carregam seu corpo perto do chão, fazendo com que seu andar pareça rastejante e hesitante. Esse comportamento é frequentemente observado em ratos que se aproximam de um rato dominante por algo que eles querem (como comida) ou quando solicita grooming (ao invés de exigir). A ideia por trás disso é encorajar o rato dominante a não atacar ou ir embora, tentando parecer o menor possível. Isso não deve ser confundido com “serpentear/ladear” que é uma postura agressiva, onde a cabeça será abaixada, mas voltada para a vítima, com dentes geralmente à mostra, pelo ereto e o corpo voltado lateralmente, visando parecer tão grande quanto possível.


Brigas, agressão e comportamento dominante

Ratos às vezes brigam entre si, como brincadeira ou mais seriamente. Este assunto é amplo o suficiente para gerar um texto mais detalhado, incluindo informação sobre como diferenciar comportamentos agressivos/dominantes.


Brincando de lutinha

Tal como acontece com os animais sociais mantidos em grupos, é necessário um certo nível de luta para estabelecer e manter a hierarquia enquanto adultos, ou por diversão quando filhotes. Isso varia muito de acordo com a idade, sexo e, também, de grupo para grupo. Estas lutas tem início a partir do momento que os filhotes tem idade suficiente para realmente começar a interagir com seus pares. Isso os treina para a vida e também é uma brincadeira divertida para filhotes energéticos. Muitas vezes haverá um filhote que se destaca como vencedor da maioria das lutas, mas isso raramente é uma indicação de quem será o rato dominante ou alfa mais adiante. Alguns adultos continuam a 'brincar' na vida adulta. Isso pode ser diferenciado de brigas mais sérias pelas abordagens divertidas e brincalhonas dos envolvidos. Numa situação assim, é raro que um seja imobilizado por muito tempo, e assim que liberado, este pode tentar reiniciar a brincadeira. Outra marca desta modalidade é que qualquer rato pode vencer, independentemente de suas habilidades de luta ou posição na colônia. A brincadeira pode até se transformar em uma sessão prolongada de grooming. Vejo que a brincadeira de luta é muito mais comum em grupos de irmãos do que em grupos mistos. Os ratos que crescem brincando juntos, muitas vezes, nunca param realmente.


Saltitar

É um comportamento de brincadeira tal como brincar de luta, não um sinal de agressão. Parece que as pernas do rato são feitas de molas: todo o corpo parece tenso, mas a expressão e a linguagem corporal são bem abertas, ansiosas e brincalhonas. Muitas vezes, eles pulam na vítima, depois saltam loucamente pela gaiola, apenas para retornar e atacar novamente. É semelhante às crianças que brincam de pique-pega, mas podendo ser interrompida por sessão de grooming tanto na vítima do ataque, como praticado por ela. Saltitar é geralmente comportamento de filhote. No entanto, alguns ratos adultos continuam a saltitar até o fim da vida. Geralmente é associado à excitação e à brincadeira. Saltitar muitas vezes se transforma em um “ataque”, caso algum infeliz atravesse o caminho do rato saltitante.


“Ataque”

É aí que um rato tenta pular sobre sua vítima, normalmente para montá-los. É particularmente comum em filhotes e ratos jovens, mas mais raro em ratos adultos, que geralmente preferem se ladear/serpentear na direção da vítima. Muitas vezes, um rato jovem não escolhe muito quem atacam, saltando alegremente na cabeça, no lado, na traseira ou nas costas de sua vítima. Adultos tendem mais para o ataque voltado para o traseiro. Um ataque de filhote é geralmente interrompido muito rapidamente à medida que se desloca para o próximo alvo, já um de adulto é normalmente breve e raramente se transforma em luta agressiva.


Lutas de adulto

Uma vez crescendo um pouco mais (cerca de 3 meses de idade), filhotes iniciam o equivalente à fase adolescente (geralmente em torno de 6 a 12 meses de idade). Então as lutas podem assumir um aspecto mais sério e às vezes mais violento. Isso é particularmente verdadeiro em machos que recebem um aumento súbito de hormônios que podem confundi-los e, em casos extremos, torná-los agressivos com outros ratos. Nem todas as lutas de adultos são ruins. Na verdade, a maioria é uma parte perfeitamente natural no grupo. Muitas vezes aplicamos emoções humanas a essas situações e nos convencemos de que todas as lutas vão estressar e feri-los. É importante reconhecer que os combates verdadeiramente agressivos e violentos podem causar problemas. Portanto, o comportamento deve ser observado e atitudes devem ser tomadas de acordo com a situação.


Comportamento dominante ou agressivo?

É importante saber quando seu rato está sendo agressivo ou simplesmente sendo dominante. Um rato agressivo é aquele que pode levar as coisas a uma briga ou lesão, enquanto um rato dominante tende a ficar calmo e tolerante enquanto deixa claro seu ponto de vista. Os ratos dominantes geralmente devem ser deixados para resolver a situação, a menos que se transforme em bullying. Ratos agressivos em geral devem ser interrompidos ou distraídos até que a agressão se acalme. No entanto, isto é muito relativo, só com o tempo vai se aprendendo a julgar bem.


Ladeando/Serpenteando

Aqui o rato move-se de lado na direção de outro rato. A perna traseira mais próxima normalmente vai na frente, e o rosto mantido baixo, voltado para a vítima. A postura torna-se mais agressiva quando combinada com pelo eriçado e a cauda sendo movida de um lado para o outro (isto é um sinal de excitação / emoção extrema, mas é agressivo nessa situação). Este comportamento muitas vezes vem antes do chute lateral ou empurrão ou ainda ataque com mordida.

Ratos “ladeiam” geralmente quando não têm certeza de que podem vencer o oponente ( por isso a cabeça baixa e virada para o objeto de sua atenção). Ele protege as áreas mais frágeis (garganta, barriga) e garante que ele possa observar o outro rato, enquanto apresenta as costas e traseiro como alvos mais próximos. É esta insegurança que acaba piorando as coisas, pois as brigas mais sérias ocorrem com ratos que não tem certeza de si mesmos.


Empurrão

O rato normalmente se desloca até sua vítima e depois dá um encontrão. Isso normalmente será usado para intimidar ou afastar a vítima de uma área específica, por exemplo, fora de uma prateleira ou de sua rede favorita, o que pode ser sério se houver uma queda longa. Torna-se mais agressivo quando vira repetitivo e a vítima não tem mais permissão para ficar em lugar algum.


Chute lateral

Isso é semelhante ao empurrão, mas a vítima recebe um chute rápido. Dado o comprimento das pernas e a força do chute, raramente causa danos mais sérios. Também pode ser usado como manobra defensiva pela vítima de um “ataque”, especialmente quando o atacante é um jovem que tenta brincar de lutinha com um rato mais velho. Um golpe rápido na barriga do ofensor para fazê-lo desistir (mas, dado o entusiasmo e o otimismo eterno dos ratinhos, isso raramente funciona).


Monta

Aqui é onde um rato simula uma cópula com o rato-alvo. É uma exibição de dominância, mas não é realmente um problema, a menos que seja exagerado. Se um rato está montando seus companheiros de gaiola com frequência, ou assediando-os por muito tempo, pode ser porque o rato tem mais hormônios do que é bom para ele (cara, muito engraçado! Por favor, muda isto pq eu só consigo rir). A castração deve resolver esse problema e aliviá-lo da sua óbvia tensão sexual. Se você não nota esse comportamento, às vezes pode ver o resultado, na forma de uma mancha grudenta no pelo do traseiro. Ratas, às vezes, também fazem isto, embora seja mais comum em machos. No entanto, se a rata estiver no cio, é normal que suas companheiras de gaiola montem ela, não sendo um sinal de dominância excessiva. Filhotes costumam simular a cópula após um “ataque”, isso normalmente é bem rápido e raramente pra valer até que os hormônios aumentem mais tarde na vida.


Imobilização

Um rato imobiliza o outro com as patas dianteiras, geralmente depois de ladear o oponente, ou como consequência de uma “luta de boxe”. Pode ser seguido por grooming de dominância.


Perseguição

Esta é uma versão mais adulta do “saltitar”. Neste caso, a vítima geralmente fugirá para evitar o confronto, seguido de perto por seu perseguidor. O perseguidor visa iniciar o comportamento de dominância para confirmar-se como dominante. A vítima deseja evitar isso. Se o rato dominante pega ou encurrala a vítima, muitas vezes começa outra forma de dominância: às vezes atacando e imobilizando, às vezes com grooming forçado, mais raro com uma mordida na nuca. Se a vítima não se render e permitir que isso aconteça, um "frente à frente" pode ocorrer, possivelmente levando à uma luta de boxe ou a uma briga mais séria.

De um modo geral, se a vítima permitir que o rato dominante prove seu domínio de forma adequada, a perseguição acabará. Mesmo assim, às vezes o agressor pode não ficar satisfeito com a rendição do outro, continuando a perseguição constantemente, não permitindo que a vítima descanse. Este é um comportamento agressivo extremo e deve ser interrompido, possivelmente pensando na castração do rato ofensor, se ele continuar. Isso não deve ser confundido com a vítima não ceder e permitir que o agressor prove sua dominância… neste caso, deve-se considerar a castração da vítima em vez do agressor.


"Frente à Frente"

Um "frente à frente" ou confronto ocorre quando dois ratos se encontram num ponto onde a hierarquia não está estabelecida. Ambos se enfrentam e ficam “posando”, sem mostrar sinal algum de submissão ou desistência. Isso geralmente evolui a partir de uma cheirada no traseiro. Em seguida, um deles irá se opor e eles enfrentarão um ao outro, ambos com a cabeça levemente levantada e boca ligeiramente aberta, mostrando os dentes. Isso pode ser seguido ainda pelo abanar de cauda, pelos em pé e bater dos dentes. Numa reação menos agressiva, ambos ficam em pé e iniciam uma "luta de boxe".

Esta fase pode não ir adiante se um dos ratos levar a cabeça abaixo do nível do olho ou nariz do outro rato, sendo este um sinal de submissão. O vencedor irá, provavelmente, cheirar agressivamente, ladear, talvez chutar e, em seguida, imobilizar o outro, seguido de grooming forçado, embora mais alguns enfrentamentos possam ocorrer (geralmente de duração bem curta) antes que a paz se restabeleça.


Boxe

Esta é uma versão incrementada do "frente à frente", em que ambos ficam em pé de frente um para o outro, a boca ligeiramente aberta e os dentes expostos. Ambos tentam parecer o maior possível, inclusive eriçando os pêlos, numa tentativa de fazer o outro desistir, sem recorrer à luta de fato. Os ratos podem passar um bom tempo fazendo isso, nem recuando, nem seguindo adiante para uma briga mais séria. Às vezes, o boxe segue com ambos tentando empurrar o oponente com uma pata apenas para ser bloqueado pela pata dele. Isso pode levar a uma dança em câmera lenta quase hipnótica à medida que os ratos golpeiam e bloqueiam e depois voltam a se aproximar (QUE VIAGEM! RSRSSRS). Em alguns casos, um rato irá baixar a cabeça e se render, em outros casos, o vencedor conseguirá empurrar o outro rato e dominá-lo. Boxe raramente leva a uma briga séria sem algum tipo de transição para outro comportamento. Raramente é visto entre um alfa e um subordinado, sendo mais provável entre um par de jovens beta que ainda não confia em suas habilidades para ganhar uma luta.


Briga para valer ou “Bola de rato”

Isso é, felizmente, muito raro entre ratos e, na maioria dos casos, acaba alguns segundos depois. Dois ratos, depois de terem posado um para o outro durante um tempo, de repente se lançarão um ao outro e acabarão numa bola de pêlos, dentes e garras. Este é o ponto em que podem ocorrer ferimentos graves e devem ser impedidas logo, usando um spray de água ou tecido grosso (como uma toalha) para proteger suas mãos. Mesmo um rato que nunca mordeu ou mostrou qualquer agressão contra pessoas morderá qualquer coisa ao alcance de seus dentes nesta situação.

Fonte: http://www.isamurats.co.uk/rats-fighting-aggression-and-dominant-behaviour.html



Publicado originalmente no Facebook em 23 de Junho de 2017

Estrutura social dos ratos



Ratos vivem naturalmente em grupos sociais complexos, compostos de uma hierarquia definida, onde cada rato conhece seu lugar. Um rato seguro na sua hierarquia é geralmente um rato feliz. Os problemas geralmente acontecem quando a estrutura social muda por algum motivo, seja pela introdução de novos ratos, por doença, mudança no ambiente, ou ainda, um aumento nos hormônios que pode levar um dos ratos a querer mudar seu status. Compreender a posição de seus ratos no grupo pode ajudá-lo a entender mais sobre o comportamento e entender melhor algumas das interações vistas. A hierarquia é muito mais fácil de observar em grupos maiores, superiores a 4 ratos, geralmente dando uma imagem muito mais rica da interação social. Os termos Alfa, Beta e Zeta são frequentemente usados na pesquisa científica.

O Rato Alfa

Esta é a posição mais importante na colônia: o rato Alfa geralmente tem a maior influência na vida diária do grupo. Ele é o rato dominante, muitas vezes também o mais forte e confiante. Isto é, em parte, devido à sua capacidade de ganhar nas lutas - mas em grupos de machos também deve-se levar em conta que o alfa pode inibir o crescimento dos demais ratos. Ocasionalmente, um rato pequeno com atitude suficiente pode se tornar alfa de uma colônia, mais por preguiça e pela falta de movimentação dos outros do que qualquer outro motivo. Um bom alfa é uma benção na gaiola... muitas vezes eles também são difíceis de detectar. Um bom alfa não vai lutar com seus subordinados, embora ele possa intervir para resolver as disputas e geralmente ganhará a maioria das batalhas de que participa. Geralmente, ele controla gentilmente e de longe, agindo como um rato normal. Mesmo na presença de mudanças súbitas na hierarquia, como a adição de um novo rato, o bom alpha normalmente se mantém tranquilo, com apenas o mínimo de dominância necessária, desde que o novato se submeta.

Um alfa fraco é aquele que abusa de sua posição: passará a maior parte do tempo importunando seus subordinados, e pode tornar-se territorial com outros ratos e humanos. Isso pode variar de um comportamento agressivo direto ao bullying persistente de um ou dois ratos na gaiola. Muitas vezes, é desencadeado por um excesso de hormônios (mais comum em machos do que em fêmeas) e muitas vezes é resolvido com castração do agressor. Uma gaiola que contém um alfa ruim raramente é tranquila, com os subordinados travando mais brigas enquanto o grupo inteiro fica acuado. Muitas vezes, a única maneira de resolver isso é mudar o equilíbrio de poder, embora às vezes, quando a causa é um aumento de testosterona, ele possa voltar ao normal ao longo do tempo. Pode ser muito difícil introduzir novos ratos em um grupo liderado por um alfa ruim. Um rato deste tipo também pode se beneficiar de um tratamento mais dominante pelo proprietário, pois isso o ajuda a relaxar e não se importar tanto em algumas situações.

O rato alfa pode sofrer por estresse ambiental de forma mais profunda do que outros ratos. Talvez você note que o seu alfa mostra mudanças comportamentais, até mesmo decaindo na saúde geral após uma interrupção significativa no seu mundo. Isto deve-se a uma maior responsabilidade que eles sentem em proteger e manter a estabilidade na colônia. Em tempos de mudança e agitação, observe primeiro o seu alfa para julgar o grupo como um todo.


O Rato Beta

Um beta é tipicamente o número 2, ou vários ratos no grupo que são dominantes, mas submissos ao alfa. Para observar completamente o comportamento beta, você precisa de um grupo de, no mínimo, 3 com a combinação certa de indivíduos. Isso pode levar à presença de mais de um beta na gaiola e adiciona uma dimensão extra à política da colônia. Dentro do grupo beta haverá uma hierarquia estruturada, com o beta superior atuando como o número 2 do alfa. Muitas vezes, o beta é o mais dominante na gaiola, de modo que muitas vezes pode ser confundido com o alfa. O beta é aquele que muitas vezes assumirá o controle se algo tirar o alfa da jogada. Em um grupo com um alfa sólido, a principal fonte de problemas pode vir de um jovem beta aspirando “Alfatude”. Os beta também são os mais propensos a se ofender com a chegada de novatos, sentindo necessidade de estabelecer uma posição mais forte do que um alfa que sabe que manda e tem pouco problema em se impor.


O Rato Zeta

Estes ratos são geralmente os que estão na base da pirâmide, ou ainda, muitas vezes são marginalizados, até certo ponto. Na natureza, esses ratos são frequentemente isolados e parecem desistir e morrer sem causa aparente. Em colônias de ratos pet, no entanto, muito raramente vemos este comportamento. Geralmente, o que se vê é um rato que evita ativamente certos ratos no grupo, principalmente os alfa e beta. Ele passa algum tempo com outros ratos, mas, caso apareça um dos ratos mais dominantes, especialmente aquele que escolheu intimidá-lo, ele sairá para dormir em outro lugar. Ele também pode ser vítima de bullying, sendo perseguido e excluído por um indivíduo ou grupo de ratos dominantes. Esta posição geralmente pode ser ocupada por ratos que não entendem os sinais sociais do grupo, por isso falham na comunicação. Ele pode ter sido um rato solitário no passado ou criado em um pequeno grupo, com pouca interação da mãe. Este status também pode ser ocupado por ratos que simplesmente não entendem a sua posição no grupo, muitas vezes jovens "adolescentes" ou que têm a atitude, mas não a robustez necessária para se impor na força. A recusa em dar os “sinais certos” de submissão para os ratos dominantes pode gerar um problema ainda maior que qualquer agressão do rato dominante. Em alguns casos, o rato Zeta está nesta posição por nenhum outro motivo senão o de ter sido escolhido como alvo de bullying ou algo que o valha. Isso significaria resolver o problema no rato agressor. Transferir o rato zeta para outro grupo também pode ajudar, se isto for uma possibilidade, já que ele pode florescer em um ambiente diferente.

Nem sempre há um rato zeta na colônia, especialmente em grupos estabelecidos. No entanto, quando existe um, eles geralmente não conseguem prosperar e parecem ser mais suscetíveis a infecções. Mesmo porque, com maior disponibilidade de comida e pela interação humana, ele dificilmente vai desistir como sua contrapartida selvagem. Se ele for magro, com dificuldade de comer ou beber, vale a pena aumentar o número de bebedouros ou espalhar comida nos andares da gaiola (se isto já não é feito). Para fazer isso, você deve tentar identificar o que causa o comportamento: o rato zeta mostra comportamento submisso? Ele simplesmente evita todo o confronto e corre? Se isso acontece, vale a pena considerar a castração do rato zeta.

fonte: http://www.isamurats.co.uk/rats-interacting-with-other-rats.html

Publicado originalmente no Facebook em 21 de Junho de 2017

Introduzindo Novos Ratos



Nunca devemos incluir um novo rato numa colônia já existente sem a certificação de que a apresentação foi efetiva. Os ratos tem características e personalidades individuais, o que faz com que cada um lide da sua própria maneira com os novatos, alguns ratos precisam de maior atenção e paciência (demandando um maior tempo), outros aceitam com maior facilidade. Uma primeira apresentação feita de forma incorreta pode levar a confrontos violentos, ocasionando ferimentos e altos níveis de stress.
Abaixo estão descritos alguns procedimentos básicos de introdução seguidos de cenários específicos.

Procedimentos básicos de introdução

Quarentena
Não é seguro incluir um novo rato à sua colônia antes que este passe por um período de observação, pois evita possíveis contaminações aos ratos residentes, este período é chamado de quarentena. A quarentena dura em torno de 2-3 semanas, devendo ser realizada em ambientes separados.
Se o novo rato apresentar sinais de doença, leve-o ao veterinário. O processo poderá ser reiniciado após o rato não apresentar mais sintomas de doença.

Deixar o mesmo cheiro em todos os ratos
Cada rato exala um aroma próprio, reduzir ou disfarça-lo pode facilitar uma nova apresentação. Algumas pessoas passam algumas gotas de óleos essenciais ou extrato de plantas nas costas dos rato para disfarçar o cheiro.
Se o novo rato for territorialista, você pode dar banho em todos eles usando shampoo neutro para bebê, com pH controlado. O banho deve seguir uma sequência e deve ocorrer em local neutro, iniciando com o novo rato e em seguida os ratos da colônia.

Apresentando em local neutro
Escolha um local que seja neutro para todos os ratos, ou seja, nenhum deles nunca passou por ali. Alguns lugares interessantes são: banheira, mesa da cozinha ou uma bancada. Se o novato for um bebê ou um rato mais assustado, é aconselhado fazer essa apresentação no colo.
Nesta etapa, você deve supervisionar os ratos com atenção. O tempo de apresentação pode variar de acordo com o sexo e personalidades dos ratos.
Se você notar que houve uma boa aceitação, pode mantê-los por algumas horas neste espaço, dando mais tempo para se adaptarem e conhecerem. Mantenha comida e água à vontade. Em seguida, coloque-os de volta na gaiola. Se a primeira apresentação não for muito boa, separe-os e refaça o mesmo processo algumas horas depois.

Retornando à gaiola

Antes de colocar os ratos de volta no alojamento, limpe todos os acessórios (redes, túneis, potes de água e comida etc) e o piso com vinagre e álcool diluídos em água para eliminação dos antigos cheiros. Mudar os acessórios de lugar também pode ajudar na aceitação.
Após realizar a apresentação dos novos ratos no local neutro escolhido, coloque todos os ratos no alojamento já limpo.
Caso o novo rato seja filhote, o ideal é que seja incluída uma toca onde apenas ele caiba, pois se sentirá mais seguro. Se houverem confrontos intensos ao colocá-los na gaiola, retire o novo rato e refaça o procedimento de apresentação após alguns dias, no geral, de 2 a 3 são suficientes, mas pode variar..
Ao aumentar a sua colônia é essencial fornecer-lhes um alojamento grande o suficiente para acomodar confortavelmente todos os ratos. Uma gaiola muito pequena pode fazer com que seus ratos apresentem comportamento agressivo, tanto para você quanto um para o outro. Reduzindo as chances de aceitação e aumentando a chance de gerar um trauma.

Cenários específicos

Agressão

Ao colocar todos os ratos no alojamento poderão ocorrer diversas disputas, pois é desta forma que ratos da colônia decidem sua hierarquia, o dominante da colônia será definido assim. Durante essas disputas, poderão ocorrer gritos ou grunhidos de dominação, mas não interfira se não houver sinais de lesão ou agressão graves. Em alguns dias, as disputas diminuirão. Às vezes, o novo rato é quem torna-se o dominante.
Qualquer disputa que torne-se violenta deve ser separada imediatamente, use uma toalha ou luva para retirar o rato agressivo, eliminando a possibilidade de ser mordido. Quando um rato estiver se preparando para atacar apresentará alguns sinais como arquear as costas, ranger os dentes e ouriçar os pêlos. Se notar alguns destes sinais, fiquei preparado para separar uma possível briga.
Se houver um rato antigo relutando em aceitar o novo, deixa o antigo rato em outra gaiola por um ou dois dias, isso fará com que o novato tenha tempo de tornar a gaiola sua. Ao retornar com o antigo rato, os papéis irão se inverter.
No caso de colônia de machos, a castração costuma influenciar para uma boa aceitação. Caso não haja nenhuma alteração de comportamento, este pode ser um dos poucos ratos que não aceitam viver com outros ratos.

Medo

Alguns ratos tendem a ser mais assustados, ficando a maior parte do tempo dentro de sua toca e saindo apenas para beber água e buscar comida até retornar para casa e sentir-se seguro. Em alguns momentos, estes ratos podem ficar de pé sobre as patas traseiras e gritar no caso de outro rato aproximar-se. Ele poderá se sentir ameaçado com maior facilidade que outros ratos, atacando outros ratos para se prevenir. Neste caso, a apresentação deve ser feita com ainda mais paciência, levando um maior tempo.

Apresentação entre adultos

Machos adultos são casos que podem trazer o maior desafio entre todas as apresentações, e seguir os procedimentos com cautela é realmente necessário. Eles tendem a ser mais territorialistas do que as fêmeas, por esse motivo a tensão nos confrontos pode ser maior quando colocados com outro macho adulto.
Alguns machos passam a vida sozinhos após passarem por traumas devido a uma introdução inadequada, e não aceitar outros ratos.

Apresentando bebês para adultos

Na maioria das vezes, os ratos adultos costumam ser ótimos "tios (as)". De qualquer maneira, ao incluir um filhote em uma colônia de adultos a atenção deve ser dobrada. Os filhotes devem ter no mínimo 6 semanas de idade.
Se houver problemas com a introdução ou se os ratos ficam "perseguindo" o bebê, retire-o e aguarde até que ele seja mais velho, e só então, tente novamente.
Ao incluí-los no local neutro, é aconselhável que você envolva os ratos adultos com as mãos, a fim de intervir rapidamente em caso de problemas.
Se os ratos forem machos fique atento se o adulto cheira o filhote excessivamente, retire o filhote para limpar suas costas, patas e barriga, e só então coloque-o novamente no alojamento. O maior alvo de ratos filhotes serão as fêmeas, que serão atacadas em várias oportunidades. Isso é traumático, e um dos dois deve ser removido até o bebê ter em torno de 8-10 semanas.
Raramente ratos adultos não aceitarão um filhote. Se ocorrer, o ideal é que o filhote seja retirado até ser maior. A fim de evitar maiores problemas.

Apresentando casal de reprodutores

Ao apresentar um casal nesta situação, não há necessidade de mascarar ou aliviar os aromas naturais dos ratos. Quando colocá-los na gaiola de reprodução, deixe disponível uma caixa ou toca onde apenas a fêmea consiga entrar, para o caso dela precisar se afastar do macho.
O melhor momento para esta apresentação é durante o cio da fêmea, que é caracterizado por costas arqueadas e a traseira levantada, apresentando certos momentos de vibração no corpo e também mexendo as orelhas. Quando tocada, uma fêmea no período de cio busca sua mão para ser acariciada.
Quando a fêmea não estiver pronta para a reprodução, ela desprezará as tentativas do macho. Em situações de insistência, um ou ambos poderão se machucar.
Após a cruza os ratos poderão retornar para os seus alojamentos onde dificilmente haverão conflitos. Se o rato que voltou for muito assediado pelos demais, dê um banho nele para remover o cheiro da fêmea. Separe-os logo após a fêmea você ter certeza sobre a gravidez da fêmea.

Fonte:
http://ratguide.com/care/behavior/introducing_rats.php

Publicado originalmente no Facebook em 13 de Junho de 2017.  


quarta-feira, 24 de maio de 2017

Frio e espirros, o que fazer?

Ratteiros queridos, vamos atualizar as informações de acordo com as estações do ano.



O frio está batendo a porta e precisamos nos certificar de que nossas bolinhas de amor estarão bem protegidas. Tenham em mente que o metabolismo deles é muito rápido e por questões de sobrevivência eles não demonstram estar fracos (questão predatória) logo eles escondem quando estão se sentindo mal e só demonstram quando estão realmente muito debilitados, o que ocorre rápido, portanto toda atenção é pouca, quadros respiratórios são comuns principalmente no frio e não devem ser ignorados. Portanto leia atentamente, absorva o conteúdo, compartilhe e marque os amigos e se possível busque sempre o conhecimento se aprofundando no assunto.

Já que não é possível agasalhar eles, então investimos em redes, tocas, alcofas e quais quer acessório recomendado que possa estar servindo de refúgio. Importante destacar que a famosa gripe é de caráter viral e um ambiente fechado é ideal para que ela "se crie" portanto orientamos até pelo bem dos tutores deixar o ar da casa se renovar, é claro que isso significa cautela em relação aos ares frios que podem chegar as gaiolas, principalmente em caso de bebês que são extremamente sensíveis.

Indicamos manter sempre o contato de um médico veterinário de exóticos acessível (este pode ser encontrado nos arquivos do grupo do Facebook "Rattaria Brasil" *aceitamos mais indicações para ajudar a conhecer mais profissionais). Este contato deve ser cogitado mesmo pelo melhor dos tutores, que tenha seus animais e os mantenham com excelência, como será explicado o quadro é de progressão rápida e cada minuto conta, emergência não é brincadeira. Converse desde já com outros tutores, se possível entre em contato com o médico e procure saber como é seu consultório, conhecimento sobre roedores para se sentir seguro caso precise.

Não podemos indicar medicamentos, porém há o uso de naturais como o própolis para dar uma reforçada na imunidade, este pode ser adicionado a água(3 gota para cada 100ml, lembrando que não deve ter acréscimo de álcool em sua composição) deverá ser trocada diariamente para que não estrague. Hortelã será ótimo em caso de espirros, você pode dar com as folhas devidamente lavadas sem necessidade de fazer chá, alem dos efeitos terapêuticos deixa um cheirinho maravilhoso. Outras sugestões é o mel no iogurte sem lactose( uma colher de chá, não mais que 2 vezes por semana, mesmo que para ratos debilitados. Isso por conta da alta taxa glicêmica) ou mesmo o alho que é facilmente encontrado na cozinha de nossas residências.

É importante ter em mente que o tutor deve sempre estar atento e verdadeiramente se treinar para avaliar e reconhecer estado fisiológico incomum nos ratos, vamos esclarecer que:
1. As condições do alojamento devem ser sempre levadas a sério, mantido sempre limpo e estando nas condições (já instruida em nosso grupo) resultando em qualidade e na longevidade de vida do animal.
2.1-Comportamental / Neuro: Alerta, de olhos brilhantes, curioso, exploratório, consciente do ambiente, pupilas iguais e responsivas. Os olhos devem estar livres de secreção (porfirina), crostas ou turvação na córnea ou na lente.
2.2-Carrega a cabeça em posição normal.
2.3-Orelhas: Claro, sem obstrução, rosa e sem odor fétido.
2.4-Boca / Dentes: Alinhado, amarelado tinge de esmalte de dentes em adultos, gengivas rosa. Nenhuma dificuldade com apetite / comer.
2.5-Nariz: claro, movimento de ar dentro e fora do nariz livremente (livres de porfirina)
3.Contorno corporal: Cuidadosamente massagem o corpo do rato começando na cabeça e trabalhando para a cauda. Detectar se há grumos, e se sim, se sentem conectados à pele ou são móveis sob a pele, e se dolorosa ou não dolorosa, pode ser de ajuda para determinar se o caroço é um tumor, abscesso ou cisto.
4.Remova seu rato de sua gaiola e veja-o andar. A caminhada deve ser simétrica e sem dor. Subindo sem dificuldade. Verificar se há curvatura anormal do tronco.
5. Verificar a respiração se há presença de som incomum, dificuldade como letargia ou aceleração. Em casos pode-se observar extremidades como patas, cauda e nariz com tom arroxeado ou azul, o que significa cianose(falta de ar) e o animal deverá ser encaminhado imediatamente a um veterinário com risco de óbito eminente.

Durante o tempo frio é comum ser acometido por doenças respiratórias ou mesmo a manifestação do "Mycoplasma pulmonis" este que é crônico e pode se manifestar de forma primária ou secundária. Sendo como o primeiro sintoma de infecção respiratória os espirros frequentes, podendo evoluir para chiado. Infecções são geralmente oportunistas, aproveitando uma ruptura no sistema imunológico, e geralmente não são contagiosas, mas podem ser mortais, e às vezes dentro de apenas 12-24 horas, portanto todo cuidado é pouco! Inalação com soro pelo nebulizador pode melhorar a respiração do mesmo, em caso de não ter o aparelho o animal pode ser colocado no vapor do chuveiro (de forma que não molhe o animal) ou em caso extrema necessidade há a opção de usar o vapor de uma panela (distancia suficiente para que não cause queimaduras no sistema respiratório, podendo evoluir para óbito).

Em ratos debilitados, depois logicamente da avaliação e medicação pelo profissional veterinário indicamos separar o animal para que tenha maior observação de sua condição ou mesmo para não contaminar demais animais da colônia. Em caso de dificuldade da alimentação a oferta de alimentação natural pastosa poderá facilitar a alimentação do animal em reabilitação. Todo suporte sobre "an" pode ser encontrado nos arquivos do nosso grupo, caso tenha dúvidas pode estar entrado em contato com o grupo do por meio de publicações ou whats app.

A equipe Rattaria Brasil está a disposição de dúvidas e orientações, desejamos sorte aos tutores!

~Berriel
Créditos da imagem: Ludmilla Magalhaes.


Publicado no Facebook em 6 de Maio de 2017

sábado, 15 de abril de 2017

Olá humanos!




Bem, como tudo na vida muda ou evolui, resolvemos que esse ano de 2017 será de realizações diferentes...
Traremos novos animais de outros países?, Não posso dizer que sim e nem que não, o que posso dizer é que estamos focados mais em qualidade, qualidade que por si sempre tentamos mante-lá ou melhora-lá.
Nosso foco principal esse ano será na ‘evolução’ dos ratos que já temos; seja a genética de Portugal/Americana/brasileira, nesses anos que temos como criatório, erramos e acertamos também, mas o que queremos hoje é não errar onde erramos e assim construir algo melhor com esse aprendizado.

A cada ano temos idéias novas que são superiores ao ano anterior, fazendo assim o hobby crescer de certa forma e fazendo as pessoas terem uma déia totalmente diferente de como o hobby era antes.
Perceberam que eu (Maicon) fiquei ‘distante’ por certo tempo?
Afastei-me por dois motivos
1 – Trabalho, o que está ocupando muito o meu tempo.
2 – Queria pensar como eu poderia melhorar minha criação.
E, és que surgiram algumas idéias, que ao decorrer do ano vocês saberão. Mas de anti-mão posso contar-lhes uma; até o final de abril o Rattaria Brasil só disponibilizará os bebês com contrato de venda e compra além de já disponibilizar os atestados pelo Vet RT, isso dará mais segurança para quem está comprando e mais segurança para mim que estou vendendo.
E, com um novo ciclo decidimos também alterar nossa logo, não que a primeira não nos agrade, mas queremos repaginar tudo, até mesmo todos os alojamentos da criação, até mais tardar junho, tudo estará renovado como ninguém nunca viu antes.

A nova logo como podem observar já diz tudo; diversidades de padrões que temos em nossa criação, claro que colocamos os nossos favoritos rs, o mapa do Brasil simbolizando nosso país e, claro o nosso nome.
Vocês poderão ver modelos diferentes da logo, pois ela irá se encaixar de acordo com cada situação, mas aonde vocês verem um desses ratinhos com o nome do Rattaria saibam que é nossa marca oficial a partir de hoje <3
E, aguardem, teremos muitas surpresas esse ano...
Para quem ainda não conhece o trabalho do Rattaria, deixarei aqui alguns links:

Encontro com Fátima Bernardes:https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=808902015911369&id=518193168315590

Minha criação:
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A importância de ter um Veterinário Especializado:
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Bjos e lambidas, Maicon Meirelles!

Confira essa publicação no Facebook. Publicada original por Maicon Meirelles em 15/02/2017.

Métodos de Reprodução




Para um reprodutor amador, reproduzir ratos envolve uma combinação de métodos de reprodução. Começando com ratos de alta qualidade, "inbreeding", "line breeding" e ocasionalmente "outcrosses" ajudarão um reprodutor a atingir o objetivo de melhoramento da linha.

Melhoramento da linha envolve vários fatores: saúde, temperamento e conformação. Os três métodos usados para reproduzir seletivamente uma linha com esse objetivo são "inbreeding", "line breeding" e "outcrossing".

Acompanhar os filhotes e futuras gerações de qualquer linha (ou outcross) provê dados essenciais.

Definição de linha
(Traduzida livremente da definição do Merriam-Webster dictionary)
1. Família, linhagem
2. Uma estirpe produzida a mantida especialmente por reprodução seletiva

Uma linha não é algo que aparece da noite para o dia, pode levar anos e envolve múltiplas gerações usando inbreeding e line breeding. A reprodução em seqüência de animais não relacionados não designa uma linha.
Parece ser uma prática comum em alguns lugares fazer outcrossing repetidamente (geração após geração) sem testar questões de saúde, sem parar para avaliar os ratos, sem tentar fixar traços desejáveis, etc. Essa prática não concorda com a definição de ter uma linha (ou linhas) e não deveria ser referida como tal.

Outcrossing pode ser usado para fortalecer ou adicionar traços a uma linha, mas é o inbreeding dos filhotes resultantes com a fundação da linha que ajuda o resultado a se manter fiel à definição de uma linha.

Animais vindos de outcrossing cujos filhotes são cruzados com outros animais vindos de outcrossing não se tornam uma linha relacionada, ou sub-linha, mas denotariam uma nova linha ou "ramo".

Line Breeding
Line Breeding é um termo que reprodutores usam para denominar a família de ratos resultantes de inbreeding que começa com um único par de ratos de fundação. Ratos dentro de uma linha serão da mesma (ou aproximadamente da mesma) linhagem.

Definição de Linhagem
(Traduzida livremente da definição do Merriam-Webster dictionary)
1: descender em uma linha de um projenitor comum
2: um grupo de indivíduos que descendem de um ancestral comum; especialmente um grupo de pessoas cujo ancestral comum é tido como seu fundador

Line breeding é conseguido através do cruzamento de irmãos, bem como pela cruza de ratos menos relacionados (tia/sobrinho, tio/sobrinha, prima/primo, avós/netos).

Line breeding é usado para definir certas características, bem como para eliminar pontos negativos, portanto, é importante não cruzar dois animais que têm o mesmo problema.

Também não se deve cruzar ratos relacionados apenas por causa do pedigree, nem todos os ratos de uma ninhada são os mesmos geneticamente.

Considerar traços de saúde, temperamento e características físicas irá permitir que um criador escolha os casais de ratos corretos para cruzar, não apenas porque eles são relacionados ou por um apego sentimental.

Inbreeding

Definição de Inbreeding
(Traduzida livremente da definição do Merriam-Webster dictionary)
1: o cruzamento de indivíduos estreitamente relacionados, especialmente para preservar e fixar características desejáveis e para eliminar características desfavoráveis de um plantel.

Inbreeding é usado extensivamente na reprodução de muitas espécies e pode ser usado para definir um traço positivo ou identificar um traço potencialmente negativo dependendo das escolhas feitas.
Quando dois ratos desconhecidos, ou mesmo ratos de diferentes linhas conhecidas, são reunidos para uma reprodução a prole pode parecer robusta e livre de problemas genéticos indesejados. Fazer uma reprodução de teste com irmãos e/ou reproduzir um dos filhotes com um dos pais pode ajudar a identificar traços indesejáveis, dobrando-se os reccesivos dos dois pais diferentes.

É dito, por alguns, que a reprodução de teste pode criar filhotes com problemas genéticos. Ás vezes isso é verdade, contudo é importante que este teste seja feito para que a saúde e a viabilidade da nova linha possam ser avaliadas e a linha possivelmente interrompida se houver problemas.

Sem múltiplas reproduções de teste, os traços recessivos negativos são varridos pra baixo do tapete e podem ser perpetuados indefinidamente, aparecendo somente mais tarde em um pool genético muito maior.

Tolerância ao Inbreeding

Diferentes espécies têm diferentes graus de tolerância ao inbreeding. E há situações, como quando se trata de espécies ameaçadas, onde a reprodução de parentes muito próximos pode ser desastrosa.

Em algumas populações de mamíferos, um elevado coeficiente de inbreeding pode levar à depressão de consangüinidade. E a causa nem sempre é o acúmulo de "maus" traços. É possível que a porcentagem natural de certos genes "letais" que cada organismo carrega sem efeitos adversos acumule e cause problemas como deficiências imunológicas e infertilidade.

Com ratos, o quociente de inbreeding seguro é bastante elevado. Em laboratórios, uma linhagem nem sequer é considerada "inbreed" até a 20ª geração. Linhagens "inbread" de laboratório são muitas vezes obtidas por reprodução de irmão e irmã a cada geração. É importante, na pesquisa, usar animais saudáveis que sejam tão geneticamente semelhantes quanto possível para que os resultados dos testes sejam consistentes.

Outcrossing

Definição de outcrossing
(Traduzida livremente da definição do Merriam-Webster dictionary)
substantivo:
1: um cruzamento entre indivíduos relativamente não aparentados 2: a prole de um outcross.
verbo transitivo:
1: cruzar com um indivíduo ou estirpe relativamente não aparentada.

Outcrossing é feito para introduzir traços que estão faltando em uma linha. Os genes dominantes, como o rex, serão exibidos na primeira geração.

Os genes recessivos como o responsável pela orelha do dumbo ou uma diluição de cor aparecerão tipicamente na segunda geração se os filhotes do outcross (que agora carregam mas não exibem o traço) forem cruzados novamente com um dos pais usados no outcrossing (que exibe o traço e é, portanto, homozigótico para o traço) ou se os irmãos forem cruzados entre si.

Tipo & Outcrossing

Alterando a cor

A cor da pelagem de um rato pode ser alterada cruzando o rato com um rato de outra cor e em seguida cruzando de volta um filhote com o primeiro rato.
Fazer um cruzamento com um rato que apresenta uma diluição na cor dos olhos também pode alterar a cor em uma linha. Por outro lado, o reforço de uma cor pode ser conseguido através da reprodução de ratos com menos diluições.

Modificando a Estrutura Física

Outcrossing pode ser usado como uma ferramenta para melhorar os olhos ou orelhas (forma, posicionamento ou tamanho). Também pode ser usada na esperança de melhorar o tamanho, forma e/ou comprimento do corpo, cabeça ou rabo.

Adicionando ou Modificando Padrões ou Marcas

Cruzamento com ratos com marcações ou padrões de pelagem pode permitir que você adicione ou melhore o traço em sua linha.

Temperamento e Outcrossing

Pouco é sabido em como o bom temperamento pode ser melhorado com outcrossing. E às vezes pode ser difícil determinar se os problemas de temperamento são ambientais ou genéticos. Geralmente a ação mais segura é evitar a criação de qualquer animal com um temperamento pobre, particularmente se o rato mostra agressividade.

Questões de Saúde e Outcrossing

Outcrossing pode ser usado para melhorar o vigor em uma linha que vem de inbreeding ou line breeding a muitas gerações caso as ninhadas pareçam tornar-se consistentemente menores ou os filhotes já não tenham a saúde forte (vigor) ou tamanho que normalmente é visto nessa linha.

Também pode ser feito em um esforço para "produzir" um traço médico em particular, como uma tendência para tumores, diabetes ou em uma linha que exibe um defeito genético como o megacólon.

Considerando que um grande número dessas questões está enraizado na genética, fazer um outcross nem sempre elimina um problema, pode ocultá-lo e perpetuá-lo.

Outcrossing pode eliminar um problema de saúde ao longo do tempo se os animais corretos forem escolhidos para reprodução: os que de alguma maneira não carregam o(s) gene(s) recessivo(s), bem como ratos outcrossed que também não carreguem o gene problemático.

Com bastante frequência, fazer outcrossing para se livrar de um problema apenas oculta os recessivos, permitindo que o traço negativo apareça mais tarde na linha (e em outras linhas, à medida que os ratos são usados em outcrosses).

Um exemplo de boa intenção, mas não necessariamente bem pensado de outcrossing, envolve a cruza de linhas de hairless que têm problemas de lactação. Cruzar fêmeas com pêlos que portam o gene hairless garante que os filhotes delas com um pai hairless serão bem alimentados. Infelizmente, há uma boa chance de que muitos descendentes ainda carreguem os genes que contribuem para a ausência de lactação.
Algumas questões estão ligadas a certas características, como é o caso em "high white rats" que são associados com megacólon aganglionar. Reproduzir em direção contrária a um certo traço só pode ser realizado ao reproduzir em direção contrária às marcações.

Considerações para um criador amador - Outcrossing
Ao fazer um outcross, pense cuidadosamente sobre qual animal trazer para sua criação, considere a razão pela qual você está escolhendo este rato em particular e se o rato irá complementar os ratos com os quais você está trabalhando.

Você quer melhorar esses poucos traços com o outcross, mas você não quer arruinar o trabalho que você já fez. Com cada traço positivo o novo rato também estará trazendo cada problema e fraqueza de sua própria linha e a adicionando à sua.

Dicas

Conheça a história do rato para outcross (saúde, temperamento e genética)
Tenha um objetivo em mente ao escolher um rato para outcross.
Cruze somente com alguns ratos de sua linha existente.
Faça uma cruza de teste após um outcross para verificar questões negativas usando inbreeding (entre irmãos ou novamente com um dos pais).
Acompanhe os filhotes entregues a outros criadores ou tutores.
Deixe os filhotes amadurecerem pelo maior tempo possível antes de reproduzir novamente para ter mais tempo para avaliar a saúde e o temperamento.
Espere para reproduzir os ratos vindos de outcrossed novamente com sua linha original, especialmente se o outcross tem um um ratp pouco conhecido ou de histórico desconhecido.

Considerando a possibilidade de que cada outcross pode causar muitos problemas ao longo das próximas gerações, pode não valer a pena correr o risco de arruinar seus anos de trabalho.

É sábio manter uma parte da linha livre de outcrosses para garantir a perpetuação da linha saudável no caso de um outcross ter resultados negativos.

Você não quer trazer algo que vai lhe dar um novo problema para "criar".

Estirpe (strain)

Uma estirpe é uma variação de uma espécie em particular que possui pequenas diferenças em suas características (fisiológicas ou químicas), embora ainda seja a mesma espécie.

Uma estirpe requer homozigose através de métodos de inbreeding com parentes bem próximos, tais como a cruza irmão/irmã ou cruzamento dos filhotes com os pais.

Homozigose é a presença dos mesmos alelos em um ou mais locus, é ter "igualdade genética".

A palavra "strain" vem da palavra do inglês médio "streen": significando prole, linhagem, assim como do "streon" inglês velho: significado ganho, aquisição.

Uma definição de estirpe (Traduzida livremente da definição do Merriam-Webster dictionary)
1 : um grupo presumido de ascendência comum com distinções fisiológicas claras, mas geralmente sem distinções morfológicas (estruturais)
2 : caráter, qualidade ou disposição herdada ou inerente

As estirpes de laboratório podem incluir: estirpes endogâmicas (inbred), vindas de outcrossing, e sub-estirpes. No laboratório, são necessárias 20 gerações de inbreeding para produzir uma linhagem que será 95% geneticamente similar. Com 40 gerações consanguíneas a porcentagem atinge 99,5%.

Origem e uso

Origem

Os ratos foram utilizados pela primeira vez na Europa para estudos nutricionais já em 1850. Com o passar do tempo ratos foram mantidos em laboratórios e utilizados para outros testes.

A endogamia específica de ratos foi alcançada primeiramente na América. As mais antigas estirpes conhecidas de ratos endogâmicos foram iniciadas por Helen Dean King em 1909 no Instituto Wistar na Pennsylvannia. Ela tinha duas linhas de ratos albinos, um dos quais ficou conhecido como o rei Albino (mais tarde chamado de estirpe PA).

Em 1920 ela atigiu a 135ª geração de endogamia da linha PA.
King também iniciou uma linhagem endogâmica de ratos noruegueses selvagens que ela capturou localmente. Quando atingiu a geração 35ª foi designada a estirpe BN (Brown Norway).

Outra cientista da Wistar, Margaret Dean Lewis, foi a fundadora da linhagem LEW (Lewis) que atingiu sua 8ª geração em 1956.

Estas estirpes foram a origem, quer em parte ou no conjunto de muitas das estirpes, do rato moderno. Os descendentes diretos das estirpes Wistar ainda estão em uso hoje.

Uso

A fisiologia do rato, bem como a sua curta vida, o tornou o animal de laboratório mais responsável pelos avanços na medicina. Ter tantas estirpes estreitamente relacionadas no laboratório é importante para fornecer dados consistentes aos pesquisadores. Isso fornece linhas de ratos sem problemas aparentes de saúde ou doença, assim como ratos com problemas genéticos específicos.

Os ratos sem problemas genéticos aparentes ajudam os pesquisadores mais sobre coisas como doenças patogênicas, lesões neurológicas, toxicologia, comportamento e farmacologia.

Ratos com problemas genéticos específicos são usados por pesquisadores de medicina comparativa para aprender mais sobre o processo da doença e distúrbios genéticos, comportamento, tratamento de doenças, causas de distúrbios e farmacologia.

Pesquisas de medicina comparativa envolvendo ratos, embora ás vezes difíceis para os amantes de ratos lidarem, tem permitido que médicos aprendam mais sobre o tratamento e prevenção de muitas das quão as pessoas sofrem, como câncer, diabetes, defeitos de nascimento, e muitos outros.

Confira esta publicação no Facebook. Publicada originalmente por Maicon Meirelles no dia 21/02/2017.