quinta-feira, 17 de maio de 2018

Quem tem medo de transgênicos?


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um organismo geneticamente modificado (OGM) consiste em “organismo cujo material genético foi modificado de modo que não ocorre naturalmente, e.g. pela introdução do gene de organismo de outra espécie (trasngenia)”. A maioria das culturas OGMs é modificada para melhorar a produtividade, a resistência a doenças que acometem as culturas ou para aumentar a tolerância a herbicidas. Está em desenvolvimento o potencial de modificação genética com o objetivo de enriquecer o conteúdo nutricional do alimento, bem como remover componentes causadores de alergia e melhorar a eficiência dos sistemas de plantio e produção de alimentos.
Todos os alimentos OGM são processados e testados quanto ao potencial de risco, o site da OMS fornece um tutorial de análise dos riscos oferecidos. Foi desenvolvido pela OMS em conjunto com a FAO (Food and Agricultural Organization – Organização de Alimento e Agricultura dos EUA) um tutorial com os princípios envolvidos na avaliação do risco oferecido por alimentos produzidos a partir do uso da biotecnologia moderna. Segundo este tutorial, para muitos dos alimentos consumidos atualmente, existe um conceito de segurança que deriva da história por trás de cada alimento, ou seja, há quanto tempo este alimento está sendo consumido e qual seu histórico de segurança? Quando falamos em segurança alimentar, mais do que o que a ciência nos fornece de informações, dependemos do conhecimento derivado de gerações anteriores para confiarmos que podemos comer ou não certos alimentos. Consideramos que alimentos são geralmente considerados seguros se foram estocados de maneira correta e se foram tomados todos cuidados necessários durante seu desenvolvimento. Há muito utiliza-se destes princípios de segurança alimentar com relação ao uso de químicos para proteger as culturas da ameaça de patógenos, porém com o rápido desenvolvimento da biotecnologia no campo alimentício, foi necessária a criação de princípios para garantir a segurança também de alimentos derivados destas tecnologias. Quando falamos em “biotecnologia moderna” voltamos ao conceito de OGMs e incluímos técnicas que ultrapassem a fisiologia reprodutiva natural e que não sejam técnicas já utilizadas em melhoramento através de cruzamentos.
O primeiro passo é uma avaliação de segurança idealizada para identificar se quaisquer perigos (seja nutricional ou outro) podem estar presentes e, se presentes, é feita a coleta de informações com relação a natureza e severidade dos mesmos. Essa primeira avaliação inclui a comparação com a segurança de um alimento derivado de biotecnologia moderna com alimentos derivados da produção convencional. Quaisquer diferenças serão isoladas para maior pesquisa com relação ao risco à saúde humana.
A coleta de dados e informações deve ser fiel ao método científico e obtida através da análise estatística de qualidade e apropriada para cada item da avaliação. A avaliação é obtida através de diferentes fontes, como o desenvolvedor do produto, da literatura científica, de informações técnicas, cientistas independentes que testam o produto, agências regulatórias, além de outras partes interessadas. Esta avaliação também deverá levar em conta todas as publicações científicas mais atuais sobre o caso e todas as informações provenientes de diferentes métodos de teste.
Referências:
Essa tecnologia surgiu no começo dos anos 1940 quando cientistas descobriram que o material genético podia ser transferido entre espécies diferentes. Desde então, o conhecimento sobre essas técnicas tem sido desenvolvido e propagado entre laboratórios do mundo inteiro a fim de melhor entender os processos e possíveis consequências. Com a descoberta de Watson e Crick sobre a dupla hélice de DNA em 1954, com Marshall Nirenberg decifrando o código genético em 1963 e com aprimoramento da tecnologia de recombinação por Cohen e colaboradores em 1973, que demonstrou que moléculas de DNA modificadas geneticamente podiam ser transferidas entre células; todas etapas cruciais para chegarmos nas tecnologias e conhecimento que temos hoje em dia. Não esquecendo da contribuição de Charles Darwin que nos trouxe as noções de seleção e variação em populações.
As primeiras plantas modificadas – tabaco e petúnias resistentes a antibióticos – foram produzidas por três grupos de pesquisa independentes em 1983. Na China, cientistas começaram a comercializar tabacomodificado no começo de 1990; em 1994, o mercado estadunidense passou a comercializar a primeira espécie de tomate modificada para amadurecimento tardio aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration). Desde então, muitas culturas receberam o selo de aprovação do FDA, incluindo a “canola” com composição de óleo modificada, além do algodão e soja resistentes a herbicidas. Atualmente, muitos são os vegetais OGM disponíveis nos mercados, entre eles milho, batata, berinjela, morango, cenoura, e existem muitos ainda com aprovação pendente.
Estamos citando conceitos e falando sobre a segurança de OGMs, mas... qual o motivo de ter surgido a necessidade do desenvolvimento dessas tecnologias? Precisamos entender o que levou a ciência a ser guiada por esse caminho. Existem três grandes desafios que nos motivam a recorrer à essas novas tecnologias. Em primeiro lugar, a grande e rápida expansão populacional e a noção de que todas as 7,35 bilhões de pessoas (estimativa de 2015 feita pelas Nações Unidas no Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais/Divisão de Populações) que vivem no mundo atualmente precisam se alimentar. Naturalmente, a melhor solução é aumentar a produtividade das culturas mundiais em solo já utilizado para plantio sem que haja a necessidade de aumentar a área plantada. A taxa de aumento anual na produtividade ainda é 1,7% enquanto que o aumento ideal seria 2,4% ao ano para suprir a demanda de crescimento populacional. Utopicamente, gostaríamos que o cultivo orgânico pudesse crescer significativamente para acompanhar a demanda mundial, porém sabemos que isso é inviável visto que não existem maneiras naturais efetivas de combater pragas e melhorar a produtividade das plantas para que produzam mais e melhor. Desse modo, a ciência e tecnologia nos oferecem a possibilidade de otimizar organismos que tenham melhor desempenho. Em segundo lugar, existe apenas uma porção finita de terra arável disponível para a produção de alimentos e a FAO prevê a diminuição de 0,242 hectares para 0,18 hectare por pessoa até 2050. Esse problema acresce ao problema comentado anteriormente. Nos resta apenas aumentar a produtividade na área já plantada trabalhando com auxílios como fertilizantes, água, controle de pestes e plantas daninhas, e melhoramento genético. Sabemos do risco oferecido pela necessidade atual do uso de agrotóxicos. A utilização de alimentos OGMs pode vir com o objetivo de diminuir a utilização desses defensivos químicos nos oferecendo a possibilidade de adicionar resistência internamente ao vegetal. Finalmente, o terceiro agravante, a reprodução convencional depende de cruzamentos de uma linhagem parental com outra na esperança de que a prole expresse as características desejadas (resistência a doenças ou maior produtividade, por exemplo). Para selecionar as características desejáveis e diluir irrelevantes, o produtor precisa escolher os melhores descendentes e iniciar o processo de “back-cross” (cruzar o melhor descendente com os progenitores) inúmeras vezes para fixar a característica na população. Esse processo pode levar anos dependendo do tempo de geração de cada espécie, para trigo pode levar de 10-15 anos, por exemplo. Além disso, esse processo também limita (e diminui) a variabilidade genética da população. E esse, inclusive, é um problema com o qual estamos precisando lidar (diminuição da variabilidade genética) devido aos cruzamentos promovidos no passado, foi na tentativa de produzir melhores culturas que perdemos características importantes pertencentes às linhagens selvagens. Levando tudo isso em consideração, o surgimento de tecnologias biológicas e o desenvolvimento de OGMs vêm como promessa de redução no tempo de produção de novas linhagens. Os benefícios são muitos, um exemplo é que os OGMs são responsáveis por 52 milhões de toneladas de alimentos produzidos nos EUA entre 1996 e 2012. Além do desenvolvimento de alimentos enriquecidos nutricionalmente através da modificação genética, o que nos remete ao combate à fome mundial, especialmente em países sub-desenvolvidos.
A informação é a melhor arma contra a ignorância.
Leituras sobre a segurança de alimentos transgênicos:
Geral:

sábado, 28 de abril de 2018

Treinamentos e Brincadeiras


>> Treinamento e Brincadeiras
Ratos precisam e adoram a interação e o tempo que passam com você. A inteligência deles é superior à da maioria dos outros roedores, o que faz com que o treinamento se torne também brincadeira. Garanta-se de que essas atividades serão, não só divertidas, mas também seguras para o seu ratinho.
Quando seu rato estiver fora da gaiola, primeiro prepare a área pra que seja seguro ao animal. Não os envolva em atividades que possam assustá-lo, pois você poderá perder a confiança dele e ele poderá mordê-lo se assustado. Antes de retirá-los da gaiola, tenha certeza de que outros animais que podem machucá-los estão longe e/ou presos.
Garanta-se que seu rato está confortável e tranquilo. É melhor primeiramente conhecer seu animal de estimação pra que o processo de ganhar a confiança dele seja seguro.

> Confiança em Primeiro Lugar
Antes do treinamento ou da brincadeira, vem a confiança. Se você tem seus ratos como companheiros, então é provável que esta conexão esteja bem estabelecida entre vocês.
Com um rato novo, você deve partir da estaca zero. Aqui discutiremos o treinamento de confiança com um rato assustado. Ratos que demonstrem agressividade necessitam ser manejados de modo diferente e serão discutidos em outro artigo sobre comportamento.
Primeiramente, deixe que o animal se acostuma com o ambiente e a gaiola. Certifique-se de que a gaiola possui uma abertura grande suficiente na qual você possa inserir as duas mãos, caso precise. Depois que ele parecer acostumado com o local, aproxime-se com petiscos. Lembre-se de manter seus dedos em segurança ao tratar com um rato novo. Uma dica é colocar comida numa colher pra que seus dedos estejam protegidos, mas também pra que ele permaneça onde está enquanto estiver comendo, ao invés de correr e esconder-se pra comer. Colocar o braço dentro da gaiola também pode ajudar o rato a se acostumar com você, frequentemente isso incitará a curiosidade dele pra que ele venha cheirar seu braço.
Conforme seu rato começar a ficar mais confortável, tente pegá-lo gentilmente e segurá-lo. Use ambas as mãos para pegá-lo. Jamais segure-o pelo rabo, pois isso o assusta e pode causar ferimentos sérios. Segure-o de modo que ele se sinta seguro e confortável. Note que se o rabo dele começar a balançar demais, isso significa que ele está freneticamente tentando recuperar o equilíbrio. Certifique-se de que você está segurando as pernas de trás para que ele não se sinta desequilibrado. Se ele estiver agitado demais, devolva-o para a gaiola e tente novamente mais tarde.
Você poderá perceber que alguns ratos são mais responsivos em certos momentos do dia. Ratos podem ter seus próprios horários, mesmo que muitas vezes eles se ajustarão aos seus. Fale de maneira carinhosa com ele, demonstre que eles não devem temer você e que você é o provedor de petiscos.
Uma vez que ele estiver tranquilo em ser segurado, invista tempo com ele deixando-o andar no seu ombro ou simplesmente passando tempo com você enquanto você relaxa, e aí você poderá começar brincadeiras e treinamentos.

>> Treinamento
Ratos aprendem com muita rapidez. Reforçando positivamente bons comportamentos através de petiscos e carinho assegurará que seu rato vai gostar de aprender. O estímulo mental que os treinamentos fornecem vai aumentar a inteligência natural do seu rato.
Quando você está ensinando um truque para o seu rato, como por exemplo vir até você ao ouvir o nome dele, repita a palavra enquanto está segurando o petisco. Quando ele vier até você, dê o petisco, reforce o agrado verbalmente e/ou faça carinho nele. Um dos treinamentos mais úteis é ensiná-lo a usar o banheirinho.
Algo a se lembrar quando estiver treinando seu rato é que a personalidade de cada animal determinará em quais truques ele será melhor. Fêmeas ativas frequentemente se dão melhor em truques que requerem agilidade e velocidade. Alguns ratos são mais espertos que outros, portanto, devemos guiar o treinamento para atividades nas quais eles parecem se dar melhor.
Certifique-se de que não tenham muitas distrações durante o treinamento. Manter a área de treinamento consistente ajudará a conter o instinto natural do rato em explorar. Não tente treinar machos onde fêmeas estiveram recentemente, e vice-versa. O cheiro distrairá o animal e a sessão de treinamento será inútil.
Mantenha as sessões curtas - entre 10 e 15 minutos diários. Não puna seu rato se ele não demonstrar aprendizado.

Componentes-chave para Treinamento
- Confiança
- Reforço positivo de comportamento
- Consistência
- Repetição
- Paciência

Atividades de Treinamento
- Atender quando chamar o nome
- Aprender a palavra "não"
- Corrida em labirinto
- Caminhar sobre corda ou escalar
- Buscar objetos
- Firmar-se nas pernas de trás
- Andar de coleira
- Treinamento com bolinha
- Treinamento com obstáculos
- Treinamento com "clicker"
- Treinamento do banheirinho

Hora da Brincadeira
Existe uma grande chance de o termo "hora da brincadeira" foi criado por ratos. Eles amam brincar, tanto dentro quanto fora da gaiola. Desde quando são muito pequenos até quando envelhecem, muitos ratos ainda adoram brincar uns com outros e com os donos.
Note: não permita que fêmeas e machos brinquem juntos após 5 semanas de idade. Ratos podem reproduzir desde muito novos. Também podem acasalar mais rápido do que você consegue piscar, então não pense que eles podem brincar juntos só porque você os está observando ou que o acasalamento não vai acontecer com ratos de idade mais avançada.

Brincadeiras - Bebês
Filhotes podem começar a brincar uns com os outros logo após seus olhos abrirem, mais ou menos com duas semanas de vida. Um bom criador deve brincar com eles não só enquanto são filhotes, mas diariamente.
Com essa idade, a maioria das brincadeiras consistirá de correr uns atrás dos outros e brincar de lutinhas. Pra fazer parte dessas brincadeiras, coloque sua mão dentro da gaiola e imite-os como se fosse outro rato. Desse modo, você poderá persegui-los e brincar de lutinha dentro do ambiente deles. Usar instruções verbais enquanto brincam vai fazê-los ficar ainda mais contentes, além de facilitar futuramente pra que eles saibam quando é hora de brincar.
Quando estiver brincando com os bebês na gaiola, certifique-se de ter atenção redobrada com a mãe dos filhotes. Elas nem sempre reagirão da mesma maneira com a intrusão de uma mão dentro da área onde ela está com os filhotes. Algumas mamães não dão atenção à isso, algumas vão até entrar na brincadeira, porém algumas podem se tornar agressivas.
Garanta que os filhotes terão vários brinquedos na gaiola, inclusive cordas e túneis. A brincadeira com os filhotes também deve ocorrer fora da gaiola sob supervisão, pois filhotes se movem rapidamente e precisam de muita atenção.

Brincadeiras - Adolescentes e Adultos
Mesmo após o desmame, ratos jovens continuam a gostar de brincar de lutinha com você dentro e fora da gaiola. Durante esse estágio do desenvolvimento deles, eles vão precisar de mais tempo de brincadeiras fora da gaiola. Tente encontrar um horário diariamente pra dedicar ao seu rato em áreas que ele pode explorar com segurança. Certifique-se de que a gaiola possui vários brinquedos, especialmente se você não dispõe de tanto tempo assim pra passar com eles. Algumas sugestões incluem uma roda de exercícios segura para ratos, rampas, tubos e brinquedos com petiscos dentro.
Outra maneira de presentear seus ratos com atividades divertidas é colocando caixas dentro da gaiola.
Jogos interativos também são divertidos. Um bom exemplo é cortar papéis em

tiras e dar a eles pedaço por pedaço enquanto estão na gaiola. Seus ratos vão disputar pelos pedaços de papel, guardá-los e voltarão pra pegar mais. Se você tem um grupo de ratos que gostarem dessa brincadeira, você pode desenvolver um jeito em que um vai passando pro outro o papel, como trabalho em equipe. Se você não tem tempo de ficar dando papel a eles por uma hora, você pode colocar dentro da gaiola uma caixa de lenços de papel sem cheiro e deixar que eles façam a brincadeira. Use sua imaginação pra desenvolver atividades divertidas pra você e pra eles.

Brincadeiras - Idosos
Conforme eles vão envelhecendo, é inevitável que brinquem menos, especialmente machos. Fêmeas num geral possuem mais energia durante a vida. Continue a brincar com eles de acordo com o que lhe parece confortável a eles. Eles demonstrarão quando não estão interessados. Frequentemente, ratos mais velhos vão preferir brincadeiras mais relaxantes como deitar com você fora da gaiola e ter você fazendo carinho neles. Por mais divertidos que ratos jovens podem ser, nada se compara ao companheirismo de um rato mais velho.
Fonte principal: http://ratguide.com/care/behavior/training_playtime.php

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Dicas sobre vets e custos com saúde







Então você quer ter ratos? São fofos, interativos, exóticos... e não tem um custo muito alto de manutenção. SÃO PERFEITOS! Mas você já considerou os custos com a saúde deles?
Buscar um vet especialista em exóticos faz parte de se preparar para ter ratos como pet, assim como encontrar uma gaiola e estudar o básico sobre cuidados.

Uma visita ao veterinário, logo de início, pode ajudar a confirmar que está tudo ok com eles, te informar quanto à vermifugação, além de outros cuidados periódicos. Esta visita também é legal para conhecer melhor quem vai te socorrer numa emergência. Mantenha o contato (melhor ainda seriam dois, pra caso um não esteja disponível quando precisar) bem à mão.
Prepare-se para a consulta: leia sobre comportamento, sobre cuidados básicos, sobre dieta e alojamento. Mesmo um veterinário especialista em exóticos não tem como saber absolutamente tudo sobre todas as espécies que a palavra "exóticos" abraça. A parte clínica e cirúrgica, mesmo quando parece simples, exige muito tempo de estudo e estrutura profissional. Além disso, a informação atualizada que você trouxer para a consulta torna o trabalho do veterinário muito mais completo!

Por falar em informação atualizada, caso quem te atenda consulte a internet ou colegas durante a consulta, em geral, isto é um ótimo sinal. Existem fontes atuais e confiáveis, disponíveis também online, para quem sabe onde buscar. Além disso, as redes sociais servem para muito mais do que postar selfies maneiras... A troca de experiência imediata que os grupos virtuais permitem é formidável!
Agora é pra valer!
Uma bolinha por baixo da pele, espirros que não param, uma briga mais séria, um acidente em casa... que , ironicamente, parecem acontecer durante a madrugada ou num fim de semana, um feriado...
Quanto menos você esperar numa situação de emergência, melhor. Vá preparado com as informações sobre o que aconteceu, quando começou o problema e o que já foi feito até o momento. E faça o valor da consulta render: revise, com o veterinário, as instruções de como dar os medicamentos (quando forem necessários), por exemplo, e tente lembrar de outras dúvidas que o vet possa te esclarecer. Mantenha o contato dele/dela por perto, principalmente se for um caso mais sério.

Agora vou tocar num ponto que "dói" (tanto para o tutor quanto para o veterinário): se você decidiu que quer um animal de companhia, é SUA RESPONSABILIDADE prever que, em algum momento, ele vai precisar de atendimento veterinário. Isto tem um custo! Isto vale para qualquer espécie de animal, mas é especialmente crítico para aqueles que não custaram muito dinheiro ou foram adotados...
Tenha uma reserva para arcar com os custos de saúde: consulta, procedimentos e, PRINCIPALMENTE, para exames, que muitas vezes são essenciais pra determinar qual a melhor atitude a tomar. Por mais que todos os clínicos que conheço queiram, nenhum consegue saber sempre a forma ótima de proceder somente pelo exame físico... Ou pior, pelo whatsapp!!!

Alguns sinais clínicos são muito claros e se repetem, mas muitas vezes mesmo, um paciente morre porque o tutor não pode ou já não quer gastar mais com exames que poderiam ajudar a decidir um tratamento melhor. Aí a responsabilidade parece ser toda do veterinário...
Mas para alguém que tem como profissão promover e manter a saúde e bem estar de animais, é muito sofrido saber que podia ter indicado um tratamento mais específico se tivesse mais informação. É por isso que exames complementares são importantes. Veterinários não são adivinhos... trabalham com o que coletam de informação dos pacientes, tutores e resultados de exames.
Eu faço parte dos dois grupos: sou veterinária e cuido de alguns ratos, gatas, peixe idoso... portanto, vejo os dois lados da situação. A foto acima é de um dos ratos lá de casa na gaiola “hospital” - outro item essencial!

Enfim, o grupo Rattaria Brasil é para dúvidas e troca de experiências. Somente e tudo isto: estamos aqui para ouvir como foi a consulta, o atendimento, sofrer junto, apoiar uns aos outros, independente do resultado final. Conforme as regras, não indicamos medicamentos ou tratamentos. A conduta correta de qualquer membro (tanto participantes quando admin) é de indicar a busca por atendimento veterinário, sempre que necessário. Temos, inclusive, uma lista de veterinários como postagem fixa. Tudo pra ajudar a evitar que o pior aconteça e a manter sua colônia de meliantes saudável e contente!

Postado originalmente no arquivo do grupo do Facebook ·QUINTA-FEIRA, 29 DE MARÇO DE 2018 por Danielle CrawShaw.

sábado, 17 de março de 2018

Porfirina



Muitos se assustam achando que seus ratos estão sangrando pelos olhos ou nariz, porém se trata de uma secreção natural. Neste artigo iremos entender melhor sobre o que se trata.

Foto: Natasha Ruschel

A porfirina serve para ajudar a lubrificar os olhos, então não estranhe se seu ratinho acordar com ela em pequenas quantidades, porém mantenha atenção se tiver em excesso, o que ambiente também pode influenciar, seja uma alergia, ou uma doença, mas como identificar se devo me preocupar? É bem simples, vamos começar com uma observação sobre o que pode ter desencadeado. Estresse, má alimentação ou doenças podem ser os motivos de excessos.

Qual é o tamanho do seu alojamento? uma gaiola deve ter por recomendações mínimas 60x60x60 alojando até três integrantes, ratos devem ter companhia do mesmo sexo. Sempre brincamos que um é pouco, dois é bom, três é ótimo e quanto mais melhor, mas sempre respeitando o tamanho respectivo de alojamentoXresidentes (isso podem verificar nas calculadoras que são de fácil acesso no nosso Blog). Um alojamento sem enriquecimento também pode influenciar, então é importante investir es distrações para os ratinhos, seja, canos, potes, redes, tocas e afins.

 Nos certificando que está com companhia e no tamanho adequado vamos a forração, os recomendados são areia de gato (sempre sem cheiro e de preferencia peneirada) seja de argila, mineral, ou de celulose, nunca de sílica pois pode ser tóxica e levar rapidamente os ratos a óbito. Maravalha não é contra-indicada por nosso grupo, porém recomendamos que lave e seque ao sol para retirar o pó, inclusive a troca deve ser mais frequente que as outras forrações, o que faz com que se gaste mais e tenha pouco rendimento, e em caso extremo de algum integrante alérgico pode utilizar papel, sem tinta ou cheiro também, os mais utilizados são higiênico, ou toalha pode ser picado e colocado no alojamento ou mesmo feito um "care fresh" que seria basicamente bater o papel depois de picado e fazer que seque todo para usar como forração. Algumas pessoas preferem privar o contato do rato com o banheirinho usando telas, grades ou estruturas plásticas.

A alimentação é indicada que seja ração, pois fazer uma AN (alimentação natural) não é fácil. As rações indicadas são Equilibrato (que tem melhor aceitação e um preço mais acessível) ou a NuTrópica twister que pode ser encontrada em lojas pets, apesar de alimento para ratos, a labina não é elaborada para pet, o que faz que nesse caso se recorra as três opções anteriores. Fatores gerais que podem influenciar o surgimento de excesso de profirina são estresse por apresentação, alergia a produtos de limpeza ou cheiros fortes, fumantes, petiscos de forma demasiada e etc, daqui para cima você pode corrigir para melhorar essa questão.

Canal lacrimal bloqueado também pode nos assustar com excesso de porfirina. Se foi observado excesso da secreção em apenas um dos olhos pode ter ocorrido de estar irritado por algo que tenha caído neste ou alguma pancadinha com as brincadeiras na gaiola.

Com relação a doenças, podemos agradecer de certa forma, pois porfirina irá nos alertar de que há algo errado e talvez antes mesmo de notar que o rato apresenta sinais de dor, perda de peso, não está se alimentando ou hidratando devidamente, não se limpa ou não se move normalmente pelo alojamento, cheiro forte de urina ou fezes (mesmo com alimentação correta), pêlo arrepiado, apatia e isolamento, ronco no pulmão ou espirros frequentes. Se seu ratinho se enquadra nesse parágrafo procure um veterinário o quanto antes. Ratos tem o metabolismo rápido e podem evoluir para óbito em pouco tempo. No menu do grupo (postagem fixada no topo) nós temos uma lista de veterinários que foi elaborada com a ajuda dos membros, nele há contato de todo o Brasil, caso não tenha sua região pesquise no Google (veterinário exóticos) onde você pode escrever junto a sua região ou mesmo ligar o GPS para que seja informado localização próxima a você.

Caso queira saber mais sobre porfirina:
Ela é produzida na glândula de Harder pelos ratos, é uma substância vermelha secretada por uma glândula que fica no fundo dos olhos. Essa glândula produz lipídios, que são óleos lubrificantes para os olhos, produz melatonina, um hormônio relacionado ao ciclo de dia e noite, ajustando sono e vigília, e produz a porfirina. Ela ajuda a manter os olhos saudáveis e a absorver um pouco da luz ultravioleta que atinge os olhos, protegendo contra exposição exagerada. Na medida que a secreção transborda, são drenadas através das passagens nasais, manchas cor de ferrugem, vermelhas podem ser vistas em torno dos olhos e do focinho, podendo sujar as patas durante a limpeza individual. Quando seca, ela brilha sob luz negra.
 A sua produção pode variar de acordo com a idade, em ratos de 3 meses irá produzir menos que ratos de 20 meses, porém essa condição se reverte e os ratos com dois anos irão produzir menos que os de 20 meses. É importante destacar que pode acontecer de ser sangue, em caso de ácaros os ratos podem coçar até machucar.



O objetivo é ajudar quantas pessoas pudermos, então salve estas e outras imagens rápidas para caso precise instruir alguém ou lembrar de alguma informação :) Não deixe de visitar nosso grupo!

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domingo, 31 de dezembro de 2017

Saúde Pulmonar



→ Infecções

Bactérias habitam praticamente todos os ambientes na natureza. São organismos unicelulares, com raras exceções, visíveis apenas com a ajuda de um microscópio. A grande maioria vive em harmonia com outros organismos compondo a microbiota de plantas e animais; algumas espécies são benéficas para o hospedeiro e algumas, porém, são
patogênicas (isto é, causadoras de doenças). São muitas as características importantes para descrever e classificar estes
microrganismos, entre elas a presença de parede celular rígida. Característica esta válida de menção pois vamos explorar o gênero Mycoplasma cujos representantes não possuem parede celular, além de serem considerados as menores bactérias já descritas.
• Mycoplasma pulmonis: uma espécie comensal portada por praticamente todos os ratos pet que coloniza a superfície do lúmen do epitélio respiratório.
• Micoplasmose murina: doença causada por Mycoplasma pulmonis, que é responsável por infecções respiratórias e genitais em ratos pet.
◦ Sintomas podem variar de acordo com a virulência da bactéria e o local de infecção. Além disso, como esta é uma doença de curso crônico e não agudo, há uma tendência dos sintomas tornarem-se pior conforme o rato envelhece. De modo geral, os sintomas podem incluir:
▪ em doença de vias respiratórias superiores, pode haver um período de latência (onde o animal está apenas incubando a bactéria assintomaticamente). Espirros, congestão nasal, manter os olhos semi- abertos e excesso de porfirina ao redor dos olhos e nariz são os sintomas mais comuns. Alguns casos
podem vir acompanhados de infecção no ouvido (cujo principal sintoma é cabeça inclinada e desorientação);
▪ em doença de vias respiratórias inferiores, conforme a doença avança em direção das vias respiratórias causando bronquiolite, bronquiectasia e broncopneumonia, os sintomas incluirão ruídos de respiração “úmida”, respiração dificultada e ofegante, e tosse. Sintomas adicionais também podem
incluir: postura curvada, perda de peso, e mudanças no comportamento devido à doença (o animal pode começar a morder e se tornar mais arisco, além de também passar a evitar o dono ou ficar mais quieto).
◦ Por não produzirem parede celular como a maioria das bactérias, há uma certa dificuldade envolvida no tratamento de infecções decorrentes desta espécie.

Antibióticos da família das penicilinas e cefalosporinas (cujo propósito é atacar a parede celular bacteriana) são completamente ineficazes contra micoplasmas, aopasso que antibióticos desenhados para inibir a síntese protéica, como por exemplo, antibióticos a base de aminoglicosídeos (gentamicina) ou macrolídeos (azitromicina e eritromicina) e aqueles pertencentes ao grupo das tetraciclinas (doxiciclina - bacteriostático), ou que desativam enzimas bacterianas, como do grupo das fluoroquinolonas (enrofloxacina - bactericida), são extremamente eficazes.
◦ Micoplasmas são altamente hospedeiro-específicos e contagiosos através de contato direto entre ratos adultos, além também de haver contágio intrauterino e através do sexo. Não há evidência de que haja contágio cruzado entre humanos e ratos, M. pulmonis causa doenças em ratos e camundongos e M.pneumoniae causa doença em humanos.
◦ Entre os fatores que contribuem para exacerbação da doença, podemos citar:
▪ estresses de variadas procedências
▪ doenças secundárias
▪ superpopulação nos alojamentos
▪ baixa circulação de ar no ambiente, incluindo acúmulo de amônia
▪ uso de forração que contenha fenóis, como forração proveniente da madeira de pinhos
◦ Apesar de não haver cura definitiva para esta doença, incentiva-se que existam cuidados extras com a saúde do animal para que os sintomas possam ser tratados de maneira eficaz e o animal possa viver uma vida confortável.
◦ É importante não interromper o tratamento com antibióticos antes do fim, também nunca deixar passar o horário de aplicação e sempre garantir que está dando a dose correta.
◦ Para ratos em tratamento é de extrema importância que estejam se mantendo hidratados e alimentados corretamente e com qualidade.
◦ O animal pode ser mantido no alojamento com compania, a não ser que haja competição por comida. Se o animal estiver muito doente, é normal que os companheiros de alojamento pareçam estar “rejeitando”. Na natureza ratos podem ser presas fáceis, portanto, a colônia costuma abandonar os que adoecem em nome
do bem maior. Se isso acontecer, separe o animal que está doente para poder tratá-lo com mais atenção e garantir que ele está se alimentando e se mantendo hidratado.

*Nota adicional: em casos de infecção genital (micoplasmose murina genital), Mycoplasma pode causar piometra ou
endometrite purulenta (inflamação na parede uterina), salpingite (inflamação nas trompas de falópio), e periooforite
(inflamação nos ovários). Os sintomas variam desde quase imperceptíveis até distensão abdominal e sinais de secreção
com cor de sangue proveniente do útero. Hematúria (urina com cor de sangue) pode acontecer concomitantemente
devido à infecções urinárias.

Referências
Donnelly TM. Symposium Konijnen & Knaagdieren (Rabbit & Rodents Symposium). Held November 27-29,
2008, Burgers Zoo, Arnhem, Netherlands. Proveto, Utrecht, Netherlands (2008). What are treatment options for
Mycoplasma pulmonis in rats?
Cassell, G. (n.d.). Infectious Causes of Chronic Inflammatory Diseases and Cancer. Retrieved March 18, 2008,
from http://www.emergingworlds.com/pro_article.cfm?
link=Infectious_Causes_of_Chronic_Inflammatory_Diseases_and_Cancer.htm.
Manuelidis, E., & Thomas, L. (1973). Occlusion of brain capillaries by endothelial swelling in mycoplasma
infections. Proc Natl Acad Sci U S A, 70(3), 706-9. Retrieved October 12, 2010, from
http://www.jstor.org/stable/62340
Bowden, J., Schoeb, T., Lindsey, J., & McDonald, D. (1994). Dexamethasone and oxytetracycline reverse the
potentiation of neurogenic inflammation in airways of rats with Mycoplasma pulmonis infection. Am. J. Respir. Crit.
Care Med., 150(5), 1391-1401.
McDonald, D. (2001). Angiogenesis and Remodeling of Airway Vasculature in Chronic Inflammation. Am. J.
Respir. Crit. Care Med., 164(10), S39-S45.
http://ratguide.com/health/bacteria/mycoplasma_mycoplasmosis.php

• Bacillus CAR é um bacilo que coloniza o epitélio ciliar do trato respiratório (TR) (pulmões, traquéia, laringe, e
passagem nasal). É classificada como bacilo pela forma circular alongada e possui parede celular de três
camadas. Ainda não foi atribuído a nenhuma espécie.

◦ Os sintomas são muito similares aos sintomas de micoplasmose incluindo dificuldade respiratória, perda
de peso, postura curvada, chiado ao respirar, letargia, excesso na produção de porfirina e, em alguns casos,cabeça inclinada.

◦ Também como micoplasmose, é possível que a bactéria colonize o TR de maneira assintomática.
◦ É transmitida pelo contato direto entre ratos e pode ser altamente contagiosa.
◦ CAR bacillus pode agir como patógeno primário e resultar em doença respiratória progressiva crônica.
Tipicamente, pode ser considerado como um co-patógeno em associação com M. pulmonis, podendo aumentar a severidade da micoplasmose.
◦ Assim como micoplasmose, antibióticos vão auxiliar no controle populacional da bactéria e dos sintomas, porém não irá erradicar o patógeno. Não há antibióticos específicos para o tratamento dessa doença, portanto, recomenda-se que sejam usados antibióticos de amplo espectro (especialmente por que CAR bacillus acontece em conjunto com micoplasmose tão frequentemente).
◦ Os cuidados gerais devem ser os mesmos como descritos para micoplasmose.

Referências
Kendall, L., Riley, L., Hook, R., Besch-Williford, C., & Franklin, C. (2000). Antibody and cytokine responses
to the cilium-associated respiratory bacillus in BALB/c and C57BL/6 mice. Infect Immun, 68(9), 4961-7. Retrieved
December 21, 2008, from the PubMed database.
Bacterial Diseases. (n.d.). Retrieved December 21, 2008, from http://www.IDEXX/
RADIL.missouri.edu/info/dora/RATPAGE/Bac.htm.
Matsushita, S., & Suzuki, E. (1995). Prevention and treatment of cilia-associated respiratory bacillus in mice
by use of antibiotics nursing rats in Pharmacological section [Abstract]. Lab Anim Sci, 45(5), 503-7. Retrieved
December 21, 2008, from the PubMed database.
Matsushita, S., & Joshima, H. (1989). Pathology of rats intranasally inoculated with the cilia-associated
respiratory bacillus [Abstract]. Lab Anim, 23(2), 89-95. Retrieved December 21, 2008, from the PubMed database.
(1991). Companion Guide to Infectious Diseases of Mice and Rats. Washington D.C.: National Academy Press.
Cundiff, D., Besch-Williford, C., & Riley, L. (1992, October 1). A Review of the Cilia-Associated Respiratory
Bacillus. Retrieved December 21, 2008, from
http://info.criver.com/flex_content_area/documents/rm_rm_r_cilia_assoc_respiratory_bacillus.pdf.
http://ratguide.com/health/bacteria/car_bacillus.php

→ Alergias
A inflamação da passagem nasal e dos seios faciais (rinite e sinusite respectivamente) e/ou conjuntivite dos
olhos em resposta a um antígeno inalado, internalizado e depositado na superfície das membranas.
• Os sintomas mais comuns incluem espirros em excesso, coceira nasal, porfirina em excesso e inchaço da
mucosa nasal.
• Alergias são sinais complexos que resultam da reação de anticorpos do tipo IgE (imunoglobulina tipo E) à
apresentação de um antígeno.

Tipicamente, o sistema imune responde a substâncias estrangeiras através da produção de anticorpos que identificam essas substâncias. O processo de “apresentação de antígeno” é o que auxilia nosso organismo a reconhecer e combater infecções. Sendo assim, chamamos de alergia a reação do sistema imune devido reconhecimento de algo inofensivo como algo passível de causar infecções. Nessa reação, o anticorpo liga-se ao antígeno e é liberada uma substância (histamina) que media a resposta
inflamatória. A ação da histamina resulta no extravazamento de fluídos nos tecidos e, por isso, inchaço nasal e dos seios da face, além de congestão, irritação, coceira, espirros e porfirina.

• Algumas substâncias que podem causar alergia em ratos:
◦ poeira resultante da forração do alojamento
◦ fumaça próximo ao alojamento (donos jamais devem fumar perto dos seus animais)
◦ produtos de limpeza com fortes odores
◦ forração com aromatizadores
◦ perfumes corporais, loções hidratantes ou produtos capilares com cheiros fortes
◦ exposição a correntes de ar (ventiladores e ar condicionado)
◦ exposição a pólens.

• O problema afeta principalmente a via aérea superior e tende a se resolver rapidamente assim que a causa é
resolvida. Porém, reações alérgicas podem desencadear o aumento na produção de muco, o que pode acabar
criando um ambiente propício para o crescimento bacteriano levando a infecções mais sérias.

• O tratamento mais eficaz é remover a causa da alergia. Porém, quando não se encontra a causa da alergia, é necessário consulta com um profissional para que possam ser administrados anti-histamínicos.

• Em casos prolongados, é importante entender que alergias causam ressecamento das vias aéreas. Portanto, é
aconselhável que se faça uso de umidificadores de ar e/ou promover nebulização com soro fisiológico.

Referências
Jeon, S., Kim, J., Kim, E., Ahn, S., & Kim, B. (2005). Rat model of platelet-activating factor-induced
rhinosinusitis. Ann Otol Rhinol Laryngol, 1114(5), 393-8.
Oglesbee, B. L. (2011). Blackwell’s Five-Minute Veterinary Consult: Small Mammal (2nd ed.). Chichester,
West Sussex: Wiley-Blackwell.
Sugimoto, Y., Kawamoto, E., Chen, Z., & Kamei, C. (2000). A new model of allergic rhinitis in rats by topical
sensitization and evaluation of H1-receptor antagonists. Immunopharmacology, 48(1), 1-7.
http://ratguide.com/health/upper_respiratory/allergic_rhinosinusitis_allergic_rhinoconjunctivitis.php

Texto desenvolvido por nossa bióloga Natasha Ruschel Soares




Publicado originalmente no Facebook em 29 de Dezembro de 2017.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Som alto.







Esse artigo foi montado especialmente para época de fim de ano, onde as festividades são demasiadas com muito movimento, música e fogos. Algumas pessoas vieram até nós perguntando sobre que problemas poderiam acarretar e se haveria métodos em que pudesse minimizar o sofrimento de nossos animais. Não é surpresa para ninguém que muitos animais morrem nessa época do ano devido o medo e estresse que são acometidos, então tentamos esclarecer e informar medidas que possam ajudar a evitar consequências ruins.


Vamos esclarecer que a reação dos animais varia da intensidade do som e o tempo que os animais estarão expostos, alguns animais são mais sensíveis que outros, as reações variam desde ignorar, a curiosidade, corrida, fuga, medo, esforço de escape, postura defensiva, vocalização, comportamento atípico, briga entre outros animais da colônia.

Como consequências destes as lesões traumáticas( Contusões, concussões cerebrais, injúrias em nervos, lacerações, hematomas, fraturas) outro efeito esperado é a alteração da resposta as drogas e por último o óbito.
Recomendamos que em precaução destes sintomas, mantenham os animais em local protegido do som, busque o cômodo da residência em que o som não surtirá efeito agressivo, de forma alguma mantenha os animais em ambiente exposto como varandas, terraços, quintais, pátios e afins. Evite manusear os mesmos, forneça tocas confortáveis onde os animais possam se esconder, mantenha o ambiente aconchegante e se possível, caso o som ainda sim esteja muito alto ou os animais apresentando irritabilidade, sugerimos que coloque algum som interno ao ambiente a fins de abafar o externo, mas que não seja de cunho agressivo, caso lhe falte ideias pode escolher som do natureza, ou músicas calmas. Atenção especial a alojamentos grandes, onde quedas de alturas devam ser especialmente evitadas, seja com a criação de novos andares ou redes.Os animais em estresse podem perder noção de espaço e agravar as consequências.

Em socorro aos animais sugerimos que tome todas as medidas citadas acima, assim como ter o número do veterinário em mãos para necessidade de atendimento ou auxílio do profissional assim que possível.

Pessoas que tem animais, não é recomendado que levem seus pets para ver os fogos de artifício ou sejam mantidos em ambientes de som alto, pedimos para que tenham zelo e não deixem os animais sozinhos e desprotegidos. Este texto foi elaborado através de pesquisas e infelizes relatos de nossos membros. Esperamos que o mesmo auxilie não somente ratos, que com estas medidas o máximo de animais possam ser ajudados, compartilhem dessa informação com quem você sabe que tem animais de estimação.

O Rattaria Brasil deseja um Feliz Ano Novo!

#Curta #Compartilhe
#SomosTodosRattaria

Publicado originalmente no Facebook em 30 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Ovos na dieta









 Muito falamos para quem oferece alimentação natural sobre a importância de cozinhar os ovos, e aqui este artigo iremos explicar e no final podem conferir as fontes.

Ovos são conhecidos como um alimento rico em proteínas e de baixo valor calórico, além de ser grande fonte de vitaminas do complexo B (a mais importante é a B12) e possui vitaminas lipossolúveis e minerais que enriquecem qualquer tipo de refeição.

O ovo tem várias barreiras de proteção natural para prevenir a entrada e proliferação de bactérias. Uma dessas barreiras é a casca que contém, entretanto, poros e não é totalmente à prova de bactérias. Adicionalmente, a legislação sanitária do Brasil exige que os ovos devam ser higienizados com substância antisséptica antes da comercialização. Os ovos também possuem barreiras internas: as membranas internas da casca e da gema que possuem substâncias que impedem a proliferação bacteriana. A clara possui uma camada com pH alcalino que serve para barrar o crescimento bacteriano, além de uma camada densa que dificulta a movimentação de bactérias.

Os principais patógenos associados na contaminação do ovo são diferentes sorotipos do gênero bacteriano Salmonella, Staphylococcus, Campylobacter jejuni, Listeria monocytogenes e Yersinia enterocolítica. Os ovos têm sido apontados como uns dos principais veiculadores do gênero Salmonella, responsável por surtos de toxinfecções alimentares de maior ou menor gravidade cujos sintomas incluem diarréia, dor abdominal, febre, dor de cabeça, mal-estar, desidratação e calafrios.

Alguns estudos sobre a importância da água filtrada e não filtrada no fornecimento para as aves poedeiras indicam que água filtrada auxilia para maior percentagem de postura, maior número de ovos por ave alojada, maior massa de ovo e melhor conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo). Resultados desse tipo sugerem que mesmo que haja profilaxia nas instalações e lavagem dos ovos, o produtor também deve ter em cuidado com o que fornece para as aves (água e ração). Após ingestão de alimentos contaminados com microrganismos como os citados anteriormente, pode haver contaminação dos ovos via ave que chegue até a mesa do consumidor.


Bactérias como as salmonelas estão entre as maiores responsáveis por intoxicações alimentares no mundo, e acredita-se que a casca do ovo é seu principal reservatório, pois esta é uma bactéria comumente encontrada no intestino de galinhas. Estudos sugerem que a contaminação é gerada não só internamente, porém também devido às condições do ambiente em que os ovos são depositados e estocados. Em alguns casos, essas bactérias colonizam os ovários dos animais e permanecem presentes durante todo o processo de desenvolvimento do ovo. No momento em que o primeiro ovo contaminado entra em contato com o ninho do animal, as bactérias são carregadas para todos os lugares por onde o ovo passa. Desde o ambiente onde os animais vivem, passando pelas mãos dos cuidadores, até o ambiente em que os ovos serão estocados, embalados e mantidos até a venda.

A probabilidade de encontrar contaminação na casca do ovo que entrou em contato com as fezes do animal pode ser de até 91,8%. Há uma estimativa de que aproximadamente 20% dos casos de hospitalizações devido a infecções intestinais são causados por Salmonella, ocasionalmente resultando em fatalidades. No ano de 2008, por exemplo, Salmonella foi responsável por 88,5% dos casos individuais com envolvimento de ovos contaminados e 77,2% dos surtos de intoxicação alimentar.

Uma revisão de artigos entre 1970 e 2008 reportando sobre casos de contaminação de alimentos por Salmonella, mostra que há uma correlação de até 97% da presença dessa bactéria em ovos com surtos de intoxicação alimentar, sendo o consumo de ovos crus ou mal cozidos as maiores causas.

Ainda que os casos de infecção intestinal causados por Salmonella cheguem a aproximadamente 1 milhão anualmente, aparentemente, tem se notado um declínio quando analisados casos de 1970 adiante. Por exemplo, houve um aumento significativo de casos no início das décadas de 1970 e 1980, porém, pode-se observar um declínio na década de 1990. Indicando que as intervenções nas políticas para criação de galinhas estão auxiliando na profilaxia do produto que será comercializado.

O ovo propriamente dito pode não estar contaminado quando o compramos, mas pode se contaminar quando manuseado e/ou armazenado indevidamente. O manuseio dos ovos com as mãos sujas, o contato dos ovos com os animais de estimação e com outros alimentos contaminados, o armazenamento em locais não limpos e com presença de insetos, podem contaminá-los por salmonelas ou mesmo por outras bactérias prejudiciais à saúde humana, como por exemplo Escherichia coli.

Os funcionários exercem papel importante na contaminação do alimento, principalmente no manejo da coleta que, em algumas granjas, são feitas manualmente. O controle da saúde e higiene dos funcionários que

manipulam os alimentos é necessário para evitar a contaminação. Dessa forma, mãos devem ser conservadas limpas, tal como é indicado o uso de gorros de cabeça, uniformes de trabalho, luvas, máscaras, calçados e aventais. A boa qualidade de um alimento está relacionada ao cumprimento das regras de higiene e deve abranger quesitos como:

- manutenção e higienização das instalações, equipamentos e utensílios

- controle da qualidade da água de abastecimento, dos vetores transmissores de doenças e pragas

- capacitação dos profissionais

- supervisão da higiene pessoal dos manipuladores

- manejo do lixo.




Segundo a “Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação” publicada pela Anvisa, existem alguns cuidados que podemos ter para a manipulação de alimentos, cuidados esses que são fundamentais para garantir a saúde dos consumidores. Seguem algumas recomendações:

Para armazenamento e manipulação:

- Compre sempre ovos de origem conhecida e inspecionados pelos serviços oficiais;

- Mantenha-os em local limpo, fresco e arejado, preferencialmente em geladeira;

- Certifique-se que esteja dentro do prazo de validade e que não estejam com a casca suja, trincada ou quebrada;

- Lave com água e sabão as superfícies de trabalho, utensílios e mãos antes de manusear o produto cru;

- Lave os ovos somente antes de utilizá-los;

- Os ovos e os alimentos que os utilizam como ingrediente devem ser bem fritos e cozidos;

- Os alimentos preparados com ovos devem ser armazenados na geladeira para sua melhor conservação.




Fontes:

Lacerda, Maria Juliana Ribeiro; 2011. Microbiologia de ovos comerciais.

Revista A Lavoura, Número 689, páginas 54-57. 2012.

http://jcm.asm.org/content/52/9/3250.full.pdf+html

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1541-4337.12007/epdf

https://www.cambridge.org/core/journals/epidemiology-and-infection/article/the-rise-and-decline-in-salmonella-enterica-serovar-enteritidis-outbreaks-attributed-to-egg-containing-foods-in-the-united-states-19732009/9F27DB187CA0695F1E6FA1B4DA1A7D7D

EFSA (2009a) The Community Summary report on food-borne outbreaks in the European Union in 2007. EFSA Journal 271.

EFSA (2009b) Quantitative estimation of the impact of setting a new target for the reduction of Salmonella in breeding hens of Gallus gallus. EFSA Journal 1036: 1-68.

EFSA (2010a) The Community Summary Report on Trends and Sources of Zoonoses, Zoonotic Agents and food-borne outbreaks in the European Union in 2008. EFSA Journal 8:1496.

EFSA (2010b) Scientific Opinion on a quantitative estimate of the public health impact of setting a new target for the reduction of Salmonella in laying hens. EFSA Journal 8: 1546.

DOORDUYN, Y., VAN DEN BRANDHOF, W.E., VAN DUYNHOVEN, Y., WANNET, W.J.B. and VAN PELT, W. (2006) Risk factors for Salmonella Enteritidis and Typhimurium (DT104 and non-DT104) infections in The Netherlands: predominant roles for raw eggs in Enteritidis and sandboxes in Typhimurium infections. Epidemiology and Infection 134: 617-626.

KIST, M.J. and FREITAG, S. (2000) Serovar specific risk factors and clinical features of Salmonella enterica ssp. enterica serovar Enteritidis: a study in South-West Germany. Epidemiology and Infection 124: 383-392.


Publicado originalmente no Facebook em 07 de Dezembro de 2017.
Texto por Natasha Rurshel e Marta Grecco.